A inflação dos mais pobres subiu mais do que a média no ano passado. De acordo com o IBGE, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que mede a alta de preços da cesta de consumo típica das famílias com renda mensal de até cinco salários mínimos, avançou 10,16% no ano passado, ante 10,06% do IPCA, a inflação oficial. Em dezembro, o indicador registrou alta de 0,73%, a mesma variação do IPCA.
A diferença pode ser explicada pelo maior peso que têm no INPC ítens como alimentos e energia elétrica. Segundo os dados do IBGE, os grupos de alimentação, de saúde e cuidados pessoais e de habitação responderam por grande parte do indicador, que é usado, por exemplo, para reajustar o salário mínimo e as aposentadorias. O grupo habitação inclui itens como tarifas de energia elétrica e gás de cozinha, que tiveram aumentos expressivos em 2021.
Em dezembro, esses três grupos foram responsáveis por 57% da variação do INPC, segundo o IBGE. Os produtos alimentícios, após a variação negativa registrada em novembro (-0,03%), tiveram alta de 0,76% no mês. Já os itens não alimentícios tiveram variação menor que a do mês anterior, passando de 1,11%, em novembro, para 0,72%, em dezembro.
No acumulado do ano, o grupo de alimentação e bebidas registrou alta de 7,71%, representando, isoladamente, 1,86 ponto percentual do INPC de 2021. Já os grupos habitação e transportes, com elevação anual de 13,85% e de 19,29%, respectivamente, tiveram impactos de 2,43 e de 3,70 pontos percentuais no indicador. Ou seja, foram responsáveis por 60% da alta de 10,16% do ano passado.
Cidades
A capital com maior variação no INPC de dezembro foi Salvador, 1,18%. Curitiba registrou a menor variação mensal, de 0,29%, mas a maior elevação anual, de 12,84%, liderando o ranking das 16 regiões metropolitanas pesquisadas pelo IBGE.
Nove capitais tiveram alta do INPC acima de dois dígitos. Além de Curitiba, Vitória (11,44%), Porto Alegre (11,38%), Salvador (11,09%), Rio Branco (11,06%), Campo Grande (10,85%), Fortaleza (10,80%), São Paulo (10,19%) e Recife (10,18%).
Outras sete cidades pesquisadas registraram inflação abaixo de 10% em 2021. São elas: Brasília (9,83%), Aracaju (9,69%), Belo Horizonte (9,55%), Goiânia (9,48%), São Luís (9,38%), Rio de Janeiro (8,78%) e Belém (7,75%). (RH)
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