A produção da indústria automobilística cresceu 11,6% em 2021 ante o ano interior, alcançando 2,24 milhões de automóveis, caminhões e veículos comerciais leves, segundo balanço divulgado ontem pela Anfavea, a associação das montadoras. Em dezembro passado, houve um avanço de 3% em comparação ao mesmo período de 2020.
Apesar do crescimento, a produção está longe dos 2,9 milhões de modelos montados em 2019. A capacidade de produção nacional é de 4,7 milhões de unidades. De acordo com o presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes, a expectativa do setor é de que a produção cresça 9,4% neste ano, para 2,46 milhões de veículos.
O resultado de dezembro foi puxado pela produção de 210,9 milhões de veículos comerciais. As vendas de caminhões, picapes e furgões avançaram 43,5%, 25,1% e 22,8%, respectivamente.
Enquanto isso, a venda de automóveis caiu 3,6%, fazendo com que o segmento de carros de passeio seja o mais afetado pela falta de semicondutores — problema que vem prejudicando o setor desde o início da pandemia.
Ao mesmo tempo, o mercado de veículos de carga expandiu-se graças ao bom desempenho do agronegócio e do aumento das entregas estimulado pelo comércio eletrônico de mercadorias. Graças à demanda de transporte de grãos, principalmente, modelos pesados e semipesados representaram 76% das vendas de caminhões em 2021, segundo a Anfavea.
Rodolfo Margato, economista da XP, chamou a atenção para a elevação dos estoques totais de veículos (montadoras concessionárias) entre novembro e dezembro, de 16 para 19 dias de vendas, embora ainda muito aquém da média histórica (33 dias). Ele destacou, ainda, que os números do segmento poderão ter impacto positivo na produção industrial de dezembro. Na quinta-feira, o IBGE anunciou que, em novembro, a produção do setor caiu 0,2%, no sexto mês seguido de queda.
"Após o relatório da Anfavea, nossa estimativa de crescimento da produção industrial em dezembro subiu de 0,9% para 1,1% em comparação a novembro, com ajuste sazonal. Em relação a dezembro de 2020, calculamos contração de 6,8% (antes 7,1% anteriormente). Se a projeção estiver correta, a produção da indústria total exibirá o primeiro crescimento após seis declínios mensais", afirmou Margato.
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