Um projeto que dá ao consumidor a possibilidade de escolher a empresa que lhe fornecerá energia foi aprovado na última terça-feira por uma comissão especial da Câmara. Segundo o relator da proposta, o deputado Édio Lopes (PL-RR, o projeto visa aumentar a concorrência e melhorar a qualidade do serviço. "Estamos fazendo no setor elétrico o que se fez na telefonia tempos atrás. Quem ganha é o consumidor", afirmou. O projeto nº 1.917/2015 será, agora, discutido no Senado.
Édio Lopes foi o entrevistado de ontem do programa CB.Poder, uma parceria entre o Correio Braziliense e a TV Brasília. Ele destacou que a mudança deverá ser feita em um prazo razoável: "Não podemos fazer uma regra que desmanche tudo que está aí. Será de forma gradativa, segura, para não termos desequilíbrio no sistema já existente — é ruim, mas nós temos um sistema".
O parlamentar comentou ainda o aumento do uso de usinas termelétricas pelo Brasil, em meio à crise hídrica. A geração térmica, mais cara e mais poluente, gerou críticas ao país durante a COP26, a conferência das Nações Unidas sobre mudanças climáticas. Ele avaliou que esse modelo de geração de eletricidade tem evitado o risco de apagão.
"Se nós não tivéssemos escancarado as portas para as termelétricas desde o apagão do FHC, e muito mais nos últimos cinco anos, o Brasil teria entrado em colapso", afirmou. Édio Lopes, porém, é um defensor da geração hidrelétrica. "É a fonte de energia mais limpa que existe no planeta, mais do que a solar e a eólica", sustentou. "Você não mede o carbono que se joga na atmosfera apenas no momento da geração; você precisa medir todo o caminhar até aquela estrutura ser montada ali", justificou.
*Estagiários sob a supervisão
de Odail Figueiredo