Um levantamento feito no Distrito Federal (DF) mostrou que 57% dos brasilienses não vão receber o 13º salário, percentual estagnado desde 2020. A incidência da falta do benefício é maior entre os trabalhadores de menor renda — para quem recebe até um salário mínimo, o índice vai a 66%. Já entre os profissionais que recebem entre cinco e 10 salários mínimos, o índice cai para 44%. Os dados são da Alfa Inteligência, empresa especializada em pesquisas de opinião e mercado.
“Os dados reforçam que o pagamento do 13º salário não está imune à instabilidade econômica vivida pelo Brasil nos últimos anos. É uma importante injeção de crédito na economia”, explica Emanoelton Borges, CEO da Alfa Inteligência.
De acordo com a análise, a principal finalidade do 13º para a população é pagar contas e quitar dívidas: 45% dos participantes disseram que pretendem usar o dinheiro para cumprir com as contas de casa, enquanto 41% têm intenção de quitar débitos atrasados.
Aplicações financeiras, viagens e presentes de Natal também estão nos planos de 24%, 14% e 8% das pessoas, respectivamente.
O estudo teve participação de pessoas acima dos 16 anos. Do total de entrevistados, apenas 44% trabalham com carteira assinada, enquanto 40% tem ocupação informal e 14% vivem dos chamados “bicos” e trabalhos esporádicos; outros 2% atuam como estagiários, aprendizes ou ajudantes.
O pagamento do benefício é mais frequente entre aqueles que têm carteira assinada — 77% vão receber o extra. Já entre os que não estão formalizados, os números despencam para 14%.
Em relação à faixa salarial, 42% dos entrevistados recebem entre um e três salários mínimos, 33% recebem um salário mínimo, 14%, entre três e cinco salários mínimos, ao passo que acima de cinco salários estão 11%.
*Estagiária sob a supervisão de Andreia Castro