PESQUISA HISTÓRICA

CNT avalia que 91% das rodovias públicas estão em estado regular, ruim ou péssimo

Para presidente da confederação, a solução mais rápida e eficaz é fazer concessões sem outorga. Para ele, esse é um assunto prioritário e deveria ser tratado como política de estado

A Confederação Nacional dos Transportes (CNT) divulgou, hoje (2/12), uma pesquisa histórica sobre a infraestrutura atual das rodovias brasileiras. Foram 109.103 km de estradas federais e estaduais, incluindo perímetros urbanos e rurais, percorridos. O levantamento mostrou que quase 62% da malha rodoviária se encontra em estado regular, ruim ou péssimo, sendo que 91% desse resultado foi encontrado em rodovias públicas.

Em dois anos, os problemas nas rodovias públicas aumentaram 12,1%, chegando a 68,5%. Foi constatado que 2.773 km das rodovias estão intransitáveis, assim como a sinalização em diversos pontos é problema sério. Portanto, o salto que foi garantido com o programa BR Legal regrediu de 64,7% para 63,1% - o mesmo percentual do início do programa federal. A única exceção foi a estrada estadual SP-320, que possui uma gestão governamental.

“O Brasil, o transporte é predominantemente rodoviário, e esse governo tem de forma acertada se preocupado em investir em rodovias e em outros modais. Mas a resposta do rodoviário é imediata. Então, no curto prazo, tem que descobrir fontes de financiamento públicos ou privados para manter as atuais rodovias e fazer as necessárias melhorias para viabilizar o crescimento econômico sustentável”, explicou o presidente Vander Costa, presidente da CNT.

“Precisa tratar como prioritária [a infraestrutura em estradas] e não pode ser algo de governo para governo. Tinha que ser uma política de estado. Todos os governos, até agora, tiveram dificuldade em implementar algo voltado para o assunto”, declarou o diretor executivo, Bruno Batista.

Público x Privado 

A confederação também comparou os dados entre as rodovias geridas pelo poder público e concessões. O investimento médio privado por quilômetro, entre 2016 e 2020, foi de R$ 381,04 mil, enquanto o público foi de R$ 162,92 mil nas rodoviárias federais. Ou seja, um valor quase três vezes maior. O mesmo ocorreu esse ano, porém o investimento do governo foi menor que nos anos anteriores – R$ 108, 97 mil.

Apesar de Vander defender que o orçamento público tem pequenos espaços para aumentar o investimento na infraestrutura de rodovias - segundo ele, é possível passar de 0,09% para algo em torno de 0,1, 0,2% -, ele mira na utilização dos recursos da inciativa privada para solucionar de forma rápida os problemas encontrados no levantamento.

“O caminho mais rápido e mais prático realmente é a concessão. Então, uma licitação bem feita, onde não se tenha outorga e que visa somente melhorar a rodovia, pode fazer com que o custo do pedágio seja inferior. A economia que tem, manutenção de óleo diesel, ganha até mesmo um ganho de produtividade. Porque um caminhão em uma rodovia boa pode andar de forma segura, respeitando a velocidade, mas ser mais rápido e fazer mais viagens no mesmo período. Então, a melhor alternativa que tem é a concessão, e nós defendemos, sem outorga, porque o governo vai ficar livre de gastar para manter e melhorar e vai arrecadar tributos. É a melhor alternativa para um estado que não tem recurso pra fazer investimento público”, defendeu. 

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