O ministro da Economia, Paulo Guedes, defendeu a ditadura militar e afirmou que, no período, não houve corrupção. "Os militares usaram as estatais, mas deixaram o legado de infraestrutura, sem corrupção", disse ele durante evento organizado pela pasta.
Guedes, que trabalhou para a ditadura do general chileno Augusto Pinochet, não mencionou a censura do governo militar brasileiro, que abafou a maioria dos escândalos da época.Um dos casos mais emblemáticos foi a quebra do grupo Coroa-Brastel, no governo do general João Batista Figueiredo, que envolveu desvio de empréstimos da Caixa Econômica Federal. O único condenado foi o empresário Assis Paim Cunha por gestão fraudulenta.
Outro caso de corrupção, no governo do general Ernesto Geisel, envolveu empréstimo do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDE) a uma empresa em estado falimentar do sogro do então governador paulista Paulo Maluf. Foi aberta uma CPI nos anos 1980, mas o processo foi arquivado pelo STF.
Na ditadura, — que deixou uma dívida externa gigantesca, culminando em vários calotes que geraram crises e inflação na transição para a democracia — opositores do regime foram presos, torturados e até assassinados, como mostram livros e documentários.(RH)