IGP-M

Inflação do aluguel acumula alta de 17,78% em 2021

Conforme dados da FGV, o IGP-M registrou alta de 0,87%, acelerando em relação à alta de 0,02% de novembro e acumulando elevação de 17,78% no ano

Rosana Hessel
postado em 29/12/2021 14:27
 (crédito: kleber sales)
(crédito: kleber sales)

A inflação do aluguel, medida pelo Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M), registrou alta de 0,87% em dezembro, acelerando em relação ao avanço de apenas 0,02% de novembro, conforme dados divulgados nesta quarta-feira (29/12) pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre). No acumulado do ano, o indicador registrou alta de 17,78%.

Em dezembro de 2020, o IGP-M registrou alta de 0,97% e acumulou elevação de 23,14% em 12 meses, a maior variação desde 2002. 

A principal contribuição do IGP-M de dezembro acompanhado mensalmente pelo FGV Ibre veio do Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que subiu 0,95% em dezembro, após queda de 0,29% em novembro. De acordo com o economista e coordenador dos Índices de Preços do FGV Ibre, André Braz, o IGP-M em 12 meses apresentou desaceleração em relação ao pico de 2020, mas continua na casa de dois dígitos.

"A inflação ainda está bem alta e muito puxada pelo índice de preços ao produtor. O ano de 2021 foi difícil por conta do aumento de preços de várias matérias-primas, principalmente, agropecuárias, por conta da crise hídrica e da quebra de safra de milho, do café e da cana-de-açúcar. Tivemos também aumentos dos preços do petróleo. Gasolina e diesel subiram muito de preço e comprometeram a atividade industrial”, explicou Braz. Ele destacou também que o custo da energia elétrica que também foi afetado pelo baixo volume de chuvas. “E toda essa pressão de energia mais cara, produtos e insumos mais caros fiz com que o IGP-M registrasse inflação de dois dígitos próxima à do ano passado, que encerrou com alta de 23,14%", acrescentou. 

Conforme os dados da FGV, a maior contribuição para o resultado do IPA partiu do subgrupo combustíveis para o consumo, cuja taxa passou de 8,60% para 0,25%, entre novembro e dezembro. No acumulado em 12 meses, o indicador registrou alta de 20,57%. O indicador para os bens intermediários acumulou alta de 38,37% no ano após registrar alta de 1,02% em dezembro. O índice relativo a Bens Finais ex, que exclui os subgrupos alimentos in natura e combustíveis para o consumo, variou 0,70% em dezembro, ante 0,51% no mês anterior. Com isso, acumulou alta de 15,74% no ano.

Outro componente do IGP-M, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) avançou 0,84%,em dezembro, após registrar alta de 0,93%, em novembro. Essa desaceleração fez o indicador acumular alta de 9,32% no ano. Conforme os dados da FGV, seis das oito classes de despesa componentes do índice registraram desaceleração nas taxas de variação. A principal contribuição partiu do grupo Transportes (de 2,93% para 1,26% entre novembro e dezembro). O destaque nessa classe de despesa foi da gasolina, cuja taxa passou de 7,14% em novembro para 2,24% em dezembro.

O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), que também compõe o cálculo do IGP-M, variou 0,30% em dezembro, ante 0,71% em novembro.

Pelas estimativas de André Braz, como o IGP-M teve altas expressivas no início deste ano, haverá uma desaceleração no indicador nos próximos meses. “A notícia boa é que o IGP-M poderá seguir em desaceleração, pelo menos, até maio de 2022, porque o primeiro trimestre deste ano segue com altas muito fortes, de 2,5% em média. Por isso, a tendência é de uma inflação mais baixa porque as commodities não estão subindo tanto e o real, embora desvalorizado, tem seguido uma cotação mais estável”, afirmou.

O economista acredita que, em 2022, o IGP-M fique mais próximo da inflação oficial, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que acumula alta de 10,74% nos 12 meses encerrados em novembro. “O IGP-M poderá registrar taxas mais baixas e próximas às do IPCA ao longo de 2022 e os dois indicadores podem encerrar o ano bem próximos”, afirmou. Contudo, ele reconheceu que a persistência inflacionária deverá ser maior, agora, para o consumidor. “Ele está pagando mais caro pela energia e pelos alimentos e a inflação mais forte do IPA em 2021 pode se materializar em novos reajustes de preços de produtos e de serviços”, acrescentou.

 

 

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