RESSARCIMENTO

Petrobras recupera mais de R$ 6 bilhões em acordos da Lava-Jato

Valor decorre da condição de vítima da companhia nos crimes investigados no âmbito da Operação Lava-Jato, que teve início em 2014; somente em 2021, a Petrobras recuperou mais de R$ 1,2 bilhão

João Vitor Tavarez*
postado em 28/12/2021 16:10 / atualizado em 28/12/2021 16:11
 (crédito: Mauro Pimentel/AFP - 9/3/20)
(crédito: Mauro Pimentel/AFP - 9/3/20)

A Petrobras vai encerrar o ano com pelo menos R$ 6,17 bilhões de recursos devolvidos em razão de acordos de colaboração, leniência, repatriações e renúncias. Em 2021, mais de R$ 1,2 bilhão foi recuperado pela estatal. Esses ressarcimentos decorrem da condição de vítima da Petrobras nos crimes investigados na Operação Lava-Jato. As informações foram divulgadas nesta terça-feira (28/12) pela empresa.

A mais recente devolução, diz a companhia, se refere ao acordo de colaboração premiada entre o Ministério Público Federal do Rio de Janeiro (MPFRJ) e executivos da Carioca Engenharia.

A Petrobras ainda informou que atua como coautora do Ministério Público Federal e da União em 31 ações de improbidade administrativa em andamento. "Além de ser assistente de acusação em 85 ações penais relacionadas a atos ilícitos investigados pela Operação Lava Jato", disse a estatal.

Lava-Jato


A ação recebeu esse nome porque uma rede de postos de combustíveis e de lava-jato era usada para movimentar recursos ilícitos. Trata-se de uma das maiores operações de combate à corrupção e lavagem de dinheiro da história recente do Brasil. Teve início em 2014, quando Justiça Federal em Curitiba, no Paraná, mirou em quatro organizações criminosas envolvendo agentes públicos, empresários e doleiros.

As investigações identificaram irregularidades na Petrobras e contratos superfaturados, como o da construção da usina nuclear Angra 3, no Rio de Janeiro. Diante da complexidade do esquema, outras frentes da operação foram abertas em estados como São Paulo, Distrito Federal e Rio de Janeiro. A Lava Jato resultou na prisão de nomes como Sérgio Cabral (ex-governador do Rio), Eduardo Cunha (ex-presidente da Câmara dos Deputados) e do ex-presidente Lula, além de outras pessoas.

 

 

*Estagiário sob a supervisão de Vicente Nunes

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