Os altos e baixos da Bolsa em 2021
A Bolsa brasileira viveu fortes emoções em 2021. No início do ano, os juros baixos e as primeiras vacinas contra a covid-19 sugeriam um cenário de bonança para os investidores, mas isso nem de longe se concretizou. A economia estagnada e a instabilidade política deram o tom, principalmente a partir do segundo semestre. Resultado: os últimos meses acabaram sendo um pesadelo para os acionistas de empresas de diversos setores. No varejo, afetado pela queda brutal do consumo, o que se viu foi uma verdadeira tragédia. Até 20 de dezembro, as ações de companhias como Magazine Luiza, Via (grupo controlador das redes Casas Bahia e Ponto Frio) e Americanas caíram 74,9%, 70,7% e 58,6%, respectivamente. Ainda assim, 2021 ficará marcado como o ano das aberturas de capital. O Brasil registrou 45 IPOs — é o maior número de ofertas de capital desde 2007 —, que movimentaram R$ 65,3 bilhões. Apenas cinco deles, porém, foram realizados de agosto em diante.
Combustível é o maior vilão da inflação
O descontrole da inflação pode ser comprovado pela alta explosiva do preço dos combustíveis. No início do ano, os brasileiros pagavam em média R$ 4,5 pelo litro da gasolina. Um ano depois, o valor está em torno de R$ 7 em boa parte das cidades do país, mas em alguns municípios — do Rio Grande do Sul, principalmente — já encostou nos R$ 8. A desculpa da cotação do petróleo no mercado internacional não cola: o aumento é maior do que a oscilação do valor da commodity.
Cruzeiros levantam âncoras
com 75% de taxa de ocupação
A temporada 2021/2022 de cruzeiros começou bem. Em novembro, 45 mil passageiros embarcaram no país, número acima da expectativa do mercado. Atualmente, cinco navios navegam na costa brasileira com 75% de taxa de ocupação. O número poderia ser maior, mas esse é o limite estabelecido pelas autoridades sanitárias para aumentar o distanciamento entre os passageiros. As empresas também afirmam que utilizam filtros especiais no sistema de circulação de ar para eliminar micro-organismos.
SUVs dominam mercado de veículos elétricos
Esperava-se que os carros compactos seriam os principais responsáveis pela eletrificação de veículos no mundo, mas a realidade é diferente. De acordo com a Agência Internacional de Energia, os SUVs (abreviação em inglês para veículos utilitários esportivos) respondem por 55% dos modelos em circulação. Eles estão em alta. Dados da consultoria MarkLines indicam que a frota global de SUVs deverá chegar a 320 milhões de unidades até o final do ano. Há uma década, o número era de 50 milhões.
A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) estima expansão de 1,7% no faturamento de bares e restaurantes em 2022. É o que dá para crescer diante da economia fraca e das instabilidades previstas para o ano que vem. Em 2021, o setor avançou 6,8%, mas a base comparativa era ruim.
Os vinhos rosés caíram no gosto dos brasileiros. Segundo dados da consultoria Ideal BI, as importações do produto cresceram 39% entre janeiro e setembro de 2021 em relação ao mesmo período do ano passado. Segundo especialistas, o antigo preconceito contra os rosados foi superado pela maior qualidade das bebidas.
O número de investidores que colocaram dinheiro em startups brasileiras subiu 34% entre 2020 e 2021, passando de 404 para 544 — é o maior crescimento desde 2007, segundo levantamento realizado pela plataforma de inovação Distrito. Atualmente, o Brasil tem 21 unicórnios, como são chamadas as empresas iniciantes com valor de mercado superior a US$ 1 bilhão.
Em tempos de preocupação ambiental, os especialistas esperam um avanço expressivo das fontes de energia eólica e solar em 2022. As eólicas devem crescer do patamar de 20,5 GW de capacidade instalada para 26,4 GW. Já o setor solar prevê um salto de 3,1 GW, segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
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