A partir desta quarta-feira (15/12), o preço médio de venda da gasolina para as distribuidoras passará de R$ 3,19 para R$ 3,09 por litro, anunciou a Petrobras nesta terça-feira (14/12). Com o reajuste, há redução média de 3,13% ou de R$ 0,10 por litro.
Em nota, a estatal alegou que o ajuste reflete, em parte, a evolução dos preços internacionais e da taxa de câmbio, "que se estabilizaram em patamar inferior para a gasolina".
O último reajuste no preço dos combustíveis realizado pela Petrobras foi anunciado no dia 25 de outubro, quando a companhia aumentou em 7,04% a gasolina e em 9,15% o diesel.
A redução anunciada hoje foi a primeira desde 12 de junho. De lá pra cá, foram feitos quatro aumentos.
Considerando a mistura obrigatória de 27% de etanol anidro e 73% de gasolina A para a composição da gasolina comercializada nos postos, a parcela da Petrobras no preço do combustível na bomba passará a ser de R$ 2,26 a cada litro, em média. Com isso, houve uma redução de R$ 0,07.
De acordo com a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, na última semana, entre 5 e 11 de dezembro, o preço do litro da gasolina comum passou de R$ 6,742 para 6,708. Uma queda de 0,50%. O preço médio da gasolina comum teve a quarta queda semanal consecutiva, desde 14 de novembro, quando o litro do insumo era vendido, em média, por R$ 6,752 nas bombas de postos.
Pressão de Bolsonaro
O reajuste já tinha sido adiantado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) há pouco mais de uma semana, quando disse a apoiadores que a estatal reduziria o valor do combustível. Um dia depois, a empresa negou, por meio de nota, que anunciaria queda nos preços da gasolina.
Depois das declarações, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), órgão que regula e fiscaliza o mercado de capitais, abriu investigação contra a Petrobras, para descobrir como o presidente teria acesso a informações privilegiadas da Petrobras.
Inflação
Apesar da redução recente, a gasolina já acumula uma alta de 50,78% em 12 meses, segundo o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), indicador oficial de inflação do Brasil. Os dados de novembro foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O aumento pesa no bolso de todo mundo, mas prejudica ainda mais quem precisa abastecer todo dia. O caminhoneiro de 45 anos, Wesley Valadares está enfrentando problemas para trabalhar com o alto preço da gasolina: “Nem consigo mais calcular frete direito, não dá para saber quanto a viagem vai custar no final, só sei que vai ser muito”, desabafou.
Caminhoneiro há 10 anos, Wesley pensa em trocar de profissão, caso a gasolina continue com o preço elevado: “É complicado, agora eu só boto 300 a 400 reais, não encho o tanque. Com esse custo eu quase pago para trabalhar, minha vontade é de vender o caminhão no final deste ano.”
Alice Ramos, 33 anos, é servidora pública e já não se lembra mais da sensação de ter o tanque cheio: “Acho que desde o meio do ano passado que eu não consigo abastecer 100%”. Para tentar economizar, ela busca postos com preços mais baixos, o que segundo Aline, é muito difícil: “Sempre fico na procura de posto com gasolina em promoção ou preço baixo. Mas mesmo assim não adianta tanto, dificilmente você encontra valores que caibam no bolso.”
*Estagiário sob supervisão de Lorena Pacheco
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