CORREIO DEBATE

Investimento público em infraestrutura caiu, afirma presidente da Adib

Para o líder da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib), embora a iniciativa privada represente 60% dos investimentos no segmento, houve queda nas aplicações pelos entes da federação

João Vitor Tavarez*
postado em 09/12/2021 19:45 / atualizado em 09/12/2021 21:31
 (crédito: Reprodução)
(crédito: Reprodução)

O terceiro painel do Correio Debate”, evento promovido pelo Correio Braziliense nesta quinta-feira (9/12), abordou os temas de crescimento e sustentabilidade. O economista Venilton Tadini, presidente da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib), avaliou que projetos do setor, como os de transição energética e de saneamento ambiental, são importantes na sustentabilidade e na mudança climática.

“Estamos em uma questão particular, neste momento de transição energética mundial. O país já tem uma estrutura de geração de energia elétrica, com potencial hídrico para atender 90% do fornecimento de energia”, afirmou.

Em relação ao setor rodoferroviário, o presidente da Abdib disse haver grandes projetos que ajudam a mudar a estrutura modal dos transportes, o que “permite reduzir a emissão de carbono na atmosfera”.

Tadini também ressaltou a existência de um programa enorme de investimento na infraestrutura, em especial com o avanço da iniciativa privada e a melhora na regulação de saneamento. “Apesar do crescimento do investimento privado, a nossa qualidade do gasto orçamentário é muito ruim. Ela prejudica o gasto de custeio e os subsídios, e infelizmente o país não volta a crescer pois não há investimento”, criticou.

Embora o setor privado represente 60% dos investimentos no segmento, conforme o economista, houve queda nos investimentos pelo setor público. “Não tem sido suficiente para aumentar o volume global de infraestrutura”, justificou.

Falta de projeto

Questionado sobre as falhas na infraestrutura, Tadini avaliou que o Brasil está há 40 anos sem um projeto de desenvolvimento. Isso porque nos anos 1980 houve uma agenda econômica voltada para o “curto prazo”, desencadeando no Plano Real. “E o Plano Real, longe de ser um programa de desenvolvimento, era uma projeto de estabilização. A partir daí perdemos completamente o eixo de desenvolvimento”, apontou.

No painel 3, também participaram Fábio Bentes (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo) e Mário Sérgio Carraro (Gerente executivo de Economia da Confederação Nacional da Indústria).

*Estagiário sob supervisão de Carlos Alexandre de Souza 


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