O Brasil errou "em alguma coisa" para chegar onde está. É o que afirma a economista Zeina Latif. Segundo ela, é estranho ver a questão da inflação em dois dígitos quando, até pouco tempo, o governo falava em recuperação econômica em V em razão da pandemia da covid-19. A especialista participou do seminário Desafios 2022: Para onde vai o Brasil, promovido pelo Correio Braziliense e transmitido via redes sociais nesta quinta-feira (9/12).
Segundo a economista, não é apenas no Brasil que houve um aumento na inflação. “A nossa inflação começou mais cedo que no restante do mundo, de países parecidos, que têm choques parecidos com os nossos. Eu costumo olhar a média do Chile, Peru, Colômbia, México, porque são países que têm outra realidade, mas tem um regime de política econômica parecido com o nosso”, explica.
“No Brasil, a questão da inflação é sempre complicada. Somos um país com um passado inflacionário, então eu acho que faltou zelo na calibragem das políticas públicas. Na minha visão, muitas prioridades foram corretas, eu acho que tem méritos do governo na definição das prioridades, o efeito do auxílio emergencial foi muito importante. Mas acho que, de forma geral, a gente errou na calibragem, na quantidade e na forma de como foi feita”, observa.
Zeina Latif participou nesta quinta-feira do segundo painel do Correio Debate: As bases do crescimento — O Brasil não cresce desde 2014. Naquele ano, o desemprego bateu recorde, o custo de vida acelerou e o país voltou ao mapa da fome — quadro agravado pela pandemia do novo coronavírus.
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