Retomada

Guedes: "Quando olho para o futuro, é impossível não ver crescimento"

Ministro da Economia volta nega ser ufanista e afirma que não acredita que o país entrará em recessão. Para ele, os céticos são os perdedores das eleições de 2018

Rosana Hessel
postado em 07/12/2021 14:14
 (crédito: reprodução)
(crédito: reprodução)

Apesar de o país ter entrado em recessão técnica, quando há queda do Produto Interno Bruto (PIB) por dois trimestre consecutivos, o ministro da Economia, Paulo Guedes, reforçou o discurso otimista, assegurando que o Brasil não vai entrar em recessão.

“Quando eu olho para o futuro é impossível não ver crescimento”, afirmou Guedes, nesta terça-feira (7/12), em evento da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Ele negou ser ufanista e atacou os críticos às suas previsões otimistas.

“Temos que resistir ao ceticismo dos perdedores”, emendou o ministro. Ele voltou a afirmar que o PIB do Brasil vai crescer 5,1% a 5,2% neste ano e que também haverá crescimento no ano que vem. Pelas projeções do governo, o avanço do PIB, em 2022, será de 2,1%.

Paulo Guedes reconheceu, no entanto, que a inflação está prejudicando o crescimento, porque está fazendo o Banco Central elevar a taxa básica de juros (Selic). “Temos que reagir com realidade. A inflação está crescendo e isso desacelera o crescimento, mas não gera recessão”, afirmou. Para ele, é impossível não haver crescimento com “a taxa de investimento voltando ao pico de 2014”.

Grandes bancos estão prevendo queda do PIB em 2022 por conta de a taxa Selic, atualmente em 7,75% ao ano, ficar acima de dois dígitos ao longo do próximo ano. O Itaú Unibanco, por exemplo, prevê queda de 0,5% no PIB do ano que vem. 

Populismo fiscal

O ministro Guedes voltou a classificar como “conversa fiada” e “falsas narrativas” as críticas do populismo fiscal do governo por conta da aprovação da PEC dos Precatórios, proposta por ele para dar um calote em dívidas judiciais. Os parlamentares incluíram mudanças na regra do teto de gastos, acabando com a previsibilidade futura da trajetória da dívida pública, a fim de criar espaço fiscal para o novo Bolsa Família de R$ 400.

Durante evento, Guedes voltou a centralizar a narrativa de defesa às críticas na evolução do deficit primário e das despesas do governo em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), cujas comparações acabam sendo distorcidas por conta da inflação de dois dígitos, que vem ajudando a incrementar a arrecadação, mas está fazendo um estrago na renda da população.

“A verdade dos números é a seguinte: Chegamos com um deficit (primário) de 2% do PIB. No primeiro ano, puxamos para 1% do PIB. Chegou a doença, fomos a 10,5% do PIB. Este ano, fecha em 1% (do PIB). Nenhum país do mundo fez isso”, afirmou Guedes, durante o evento pouco antes da fala do presidente Jair Bolsonaro (PL). “O presidente honrou o duplo compromisso. Não faltou dinheiro para saúde e não virou farra eleitoral. O deficit voltou para o que era antes. Isso é sinal de compromisso com as futuras gerações”, acrescentou.

De acordo com o chefe da pasta de Economia, o ceticismo dos oposicionistas é que está fazendo previsões de fracasso do governo e, segundo ele, "todos estão errando”.

Agenda da indústria

Além de Guedes e Bolsonaro, participaram do evento da CNI vários ministros, mas apenas ele e o chefe da pasta de Infraestrutura, Tarcisio de Freitas, discursaram além do chefe do Executivo. A entidade entregou ao governo um documento com 44 propostas para a retomada do setor produtivo, incluindo a aprovação da reforma tributária mais ampla, a PEC 110. 

Em referência às propostas, o ministro disse que o governo já encaminhou ou está trabalhando há dois anos, pelo menos, 40 delas, mas que falta o Congresso aprovar, como, por exemplo, a reforma administrativa e a reforma tributária. “As reformas estão lá. E foram entregues. Está tudo lá. É só aprovar”, afirmou.

 

 

 

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