Por uma linguagem comum

Empreendedores e universidades têm o desafio de se aproximar para fomentar ambiente de inovação. Experiência nos EUA, onde empresas acompanham a formação de profissionais na academia, é referência

Correio Braziliense
postado em 03/12/2021 00:01

No teatro digital do século 21, dois atores exercem papel fundamental: o mercado e a academia. No entanto, existe uma dificuldade de diálogo entre empreendedores e pesquisadores dos bancos universitários. Ambos lidam com tecnologia, dedicam horas de trabalho em busca de inovação, transmitem conhecimento e experiência às novas gerações. Mas, frequentemente, falam línguas diferentes.

Os participantes do Correio Talks Live — Sebrae Inova 2021 entendem a necessidade de se construir uma ponte entre o empreendedorismo e o mundo acadêmico. Mas as necessidades do mercado e um certo entendimento restritivo do papel das universidades criam dificuldades para uma maior interação entre esses dois universos.

Valdir Oliveira, superintendente do Sebrae-DF, acredita que o diálogo deve partir tanto das empresas quanto da academia. Para ele, as universidades precisam conversar com empresários para além dos espaços das incubadoras.

Colaboração

"A solução é trazer o empresário para dentro da universidade, com uma linguagem simples e pragmática, mostrando a importância do que é desenvolvido na academia, para melhorar o universo deste empreendedor", explicou.

A fim de estreitar a relação entre os diferentes atores do ecossistema digital — e não apenas o mercado e a academia —, a professora destacou a importância de duas ideias fundamentais: colaboração e ação concreta. "Colaboração com as Instituições de Ciência e Tecnologia (ICTs) para parcerias com o setor privado e com os governos, do DF e federal. E uma ação concreta: implementar de vez o Inova Brasília, entendendo que os entes do nosso ecossistema de inovação já existem. O que falta é articulação", defendeu.

Para o superintendente do Sebrae DF, não é apenas o excesso de trâmites administrativos que afasta o empreendedor da universidade: a linguagem da academia também precisa se aproximar. "A linguagem do empresário é uma linguagem fácil, voltada para o resultado. Se você traduzir o que é feito na academia em resultado, você vai chamar a atenção do empresário", exemplifica. Na opinião de Valdir, quando essa ponte for feita com excelência, haverá procura também por parte dos empresários para fazer parte dos espaços da academia.

Com a experiência de quem atua na área de gamificação, Iuri Costa destacou a potencialidade de inovação na área de educação. Ele destacou, por exemplo, a quantidade de empresas que utilizam ferramentas tecnológicas para o ensino. Esse segmento, por sinal, é o mais forte no Distrito Federal.

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