A queda de 0,1% no Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre deixou o Brasil entre os países com os piores desempenhos econômicos do mundo, conforme dados da Austin Rating. O Brasil ficou na 26ª em um ranking de 33 nações, liderado pela Arábia Saudita, que registrou alta de 5,8% no período julho-setembro em comparação aos três meses anteriores. Colômbia e Chile vieram na sequência, com crescimento de 5,7% e 4,9%, respectivamente.
O desempenho do PIB brasileiro ficou abaixo da média geral, de 1,6%, e da média dos países do Brics, grupo de emergentes composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, de 0,4%. Na listagem da agência de classificação de risco, os dois últimos colocados, Índia e Rússia, não informaram o dado na margem — apenas o interanual, de 8,4% e 4,3%, respectivamente. Como as taxas desses países foram bem melhores que as do Brasil, de 4% na comparação com o mesmo trimestre de 2020, o país deveria ter ficado na 28ª classificação, ou seja, nada a comemorar.
"O que percebemos é que, a cada trimestre, há mudanças de posição entre os líderes e os últimos colocados, mas o Brasil está sempre nas últimas colocações ou do meio da tabela para baixo. Isso faz muito sentido quando olhamos crescimento médio do país na última década, que é muito pequeno", destacou o economista-chefe da Austin Rating, Alex Agostini. Ele lembrou que, entre 2011 e 2020, a taxa média de crescimento do PIB brasileiro foi de 0,7%. "Um país que cresce pouco vai sempre ficar embaixo da tabela. E o pior é que isso se deve mais a problemas domésticos", lamentou.
Problemas domésticos
Agostini observou que a pandemia da covid-19 impactou o PIB global, porém o Brasil está sendo afetado o tempo todo. "Parece que o país sempre tem uma crise doméstica para enfrentar, além de outros fatores que empurram o PIB para baixo, como o desarranjo fiscal, que se arrasta há muito tempo", destacou.
As contas públicas estão no vermelho desde 2014 e, pelas estimativas da Instituição Fiscal Independente (IFI), considerando o cenário pessimista que, atualmente, é o mais provável, não haverá superavit primário até 2030, pelo menos.
Entre os países da América Latina listados no ranking, apenas o México teve desempenho pior do que o Brasil, registrando queda de 0,2% no PIB de julho a setembro deste ano.
O levantamento da Austin mostra ainda que, em 2021, o PIB do Brasil, em valor, deverá ficar na 13ª posição no ranking global, considerando as 15 maiores economias do planeta.(RH)
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