O aumento nos insumos dos materiais de construção impactou, novamente, os números do mercado imobiliário no país, no 3º trimestre deste ano. Motivadas por essa elevação e sem a contrapartida do poder de compra das famílias, as vendas de imóveis novos registram queda de 9,5% este trimestre, em relação ao mesmo período do ano passado. Os dados foram divulgados em coletiva de imprensa on-line nesta segunda-feira (22/11).
Segundo os Indicadores Imobiliários Nacionais do 3º trimestre de 2021, realizado pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), em comparação com o trimestre anterior, as vendas caíram 11,2% e os lançamentos cresceram 7%. Já no acumulado de janeiro a setembro deste ano, as vendas aumentaram 22,5%, em relação a 2020.
O presidente da CBIC, José Carlos Martins, afirma que os números mostram que o mercado imobiliário vem se adequando à economia. De acordo com o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), calculado e divulgado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), o custo com materiais e equipamentos registrou alta de 14,94% nos últimos 12 meses encerrados em outubro.
No entanto, de acordo com o levantamento, o presidente da CBIC disse que a inflexão mais acentuada foi registrada no programa Casa Verde e Amarela, que sofreu queda durante o 3º trimestre, tanto nas vendas quanto nos lançamentos. Em relação ao trimestre anterior, as vendas caíram 15,3% e os lançamentos, 10,7%. “Isso ocorreu por causa de três fatores, em primeiro lugar devido a inflação, em segundo o cenário político e por último o aspecto do emprego”, explicou.
De acordo com o vice-presidente da área de Indústria Imobiliária da CBIC, Celso Petrucci, a resposta do governo federal para adequação do programa habitacional, com calibragem da curva de descontos e o aumento dos limites máximos de preço, deverá surtir efeito a partir do quarto trimestre de 2021.
No total de unidades foram lançadas e vendidas em todas as regiões brasileiras. A representatividade do CVA sobre o total de lançamentos, no 3º trimestre, foi de 40%, o menor índice desde o 4º trimestre de 2019. Sobre o total de vendas, essa participação foi de 47%. No 1º trimestre, a representatividade do programa sobre o total de lançamentos era de 55,6% e sobre o total de vendas, 51,5%.
Para o vice-presidente da área de Indústria Imobiliária da CBIC, a queda dos números reforça a importância das medidas governamentais de adequação do programa.
O levantamento faz parte do estudo Indicadores Imobiliários Nacionais do 3º trimestre de 2021, realizado pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) e pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai Nacional), em parceria com a Brain Inteligência Estratégica. Os dados coletados e analisados de 162 municípios, sendo 20 capitais, de Norte a Sul do país. Algumas cidades foram avaliadas individualmente ou dentro das respectivas regiões metropolitanas.