A balança comercial registrou superavit de R$ 2 bilhões em outubro, dado 54,5% inferior ao saldo positivo de US$ 4,4 bilhões registrado no mesmo mês de 2020, conforme dados divulgados, ontem, pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério da Economia.
As exportações somaram R$ 22,5 bilhões, enquanto as importações, R$ 20 bilhões O superavit comercial ocorre quando há mais embarques do que desembarques. No mês passado, a balança apresentou desaceleração em relação ao saldo positivo de setembro, de US$ 4,3 bilhões.
O subsecretário de Inteligências e Estatísticas de Comércio Exterior, Herlon Brandão, atribuiu a desaceleração das exportações à menor alta no preço de exportação de alguns dos principais bens comercializados pelo Brasil. "O minério de ferro, que é um produto muito relevante, em agosto, teve seu preço chegando a US$ 160 por tonelada, e, agora, observamos preços próximos a US$ 100", comparou.
Além do setor de mineração, Brandão citou outras causas que levaram a um menor crescimento das exportações nacionais em outubro, como os problemas enfrentados pelo setor agropecuário. "Tivemos a entressafra agrícola que causou quebra na produção de alguns produtos, como milho e café. Também temos um menor embarque nas exportações de carne bovina, então são diversos fatores que levam a esse menor crescimento da exportação em outubro.", afirmou.
Recorde
Entre janeiro e outubro, as exportações totalizaram US$ 235,8 bilhões e as importações, US$ 177,3 bilhões. Logo, há um saldo positivo de US$ 58,5 bilhões. O valor é recorde para o período dos 10 primeiros meses do ano da série histórica, iniciada em 1989.
No ano passado, de janeiro a outubro, o superavit foi de US$ 45,2 bilhões. Desse modo, em relação ao superavit registrado no mesmo período em 2020, houve aumento de 29,6% na média diária deste ano.
As exportações de importações tiveram um aumento neste ano 36% em relação a 2020, por outro lado, as importações cresceram 38,3%.
Segundo a pasta, o comportamento das exportações está dentro do previsto para o ano. Já as importações, estão com uma trajetória um pouco acima do esperado, contudo, a previsão é de um desaquecimento nos próximos meses. Em sua projeção mais recente, a Secex estima que a balança comercial vai registrar um superavit de US$ 70,9 bilhões neste ano.
*Estagiários sob supervisão
de Rosana Hessel