O Banco Central divulgou nesta quarta-feira (3/11) a ata da 242ª reunião do colegiado, sobre a conjuntura atual, que aconteceu na semana passada, quando o Comitê de Política Monetária (Copom) correspondeu às projeções do mercado e optou por subir a taxa Selic (taxa básica de juros) em 1,5%, passando a 7,75%. A ata mostra que o Copom cogitou acrescentar mais de 1,5 ponto percentual e confirma que será mantida a mesma dose no encontro agendado para dezembro, o último deste ano, encerrando a taxa básica de juros da economia brasileira a 9,25%.
No cenário básico, as projeções de inflação do Copom situam-se em torno de 4,1% para 2022 e 3,1% para 2023. Segundo a ata, esse cenário supõe trajetória de juros que se eleva para 8,75% a.a. ainda neste ano, e para 9,75% a.a. durante 2022, terminando o ano em 9,50% a.a., e reduzindo para 7,00% a.a. em 2023.
De acordo com o Copom, esse ritmo de ajuste de 1,5% é o mais adequado para garantir a convergência da inflação para as metas no horizonte relevante. Segundo João Beck, economista e sócio da BRA, a última reunião do Copom foi uma das que tiveram maior dispersão de opiniões do mercado nos últimos anos. "De toda forma, a própria decisão da diretoria foi unânime, o que mostrou comprometimento técnico e a independência de que o Banco Central vai seguir a cartilha e não se deixar influenciar pelo governo", afirma.
O economista diz que o comunicado divulgado na semana passada foi ligeiramente mais objetivo que os anteriores. "No balanço de riscos, o Banco Central aponta exatamente a perda da âncora fiscal como motivo não só para uma elevação de 150 pontos acima da trajetória anterior de 100 pontos, mas também sinaliza mais uma alta de mesma magnitude. No geral, foi um comunicado firme, objetivo e que passou a mensagem de que irresponsabilidade fiscal será remediada com mais juros. Mostrou também um Banco Central independente e que persegue a meta de inflação", acredita.
Fator Imposto de Renda
Com a alta da taxa Selic, Jansen Costa, sócio-fundador da Fatorial Investimentos, acredita que os investidores devem ficar atentos para conseguirem bons rendimentos. "Com o aumento de juros, muitos clientes podem focar em aplicações prefixadas de curto prazo. Chamo a atenção para o fator Imposto de Renda. Se o cliente de renda fixa puder evitar aplicar em produtos que tenham imposto, será beneficiado nesse cenário de aumento de inflação e de juros. De maneira prática, vale aplicar em LCI, LCA, CRI, CRA e debêntures, que são produtos isentos de IR", explica.
Segundo Costa, há muitas oportunidades em renda fixa hoje para serem aproveitadas, o que em janeiro não seria possível. Hoje o investidor tem um leque de opções para escolher.