CB FÓRUM LIVRE

Projeto que utiliza inteligência artificial na venda do gado é premiado pela ABDI

Empresa selecionada no programa Agro 4.0, da ABDI, utiliza Inteligência Artificial para ajudar na definição do melhor momento da venda do gado de corte. CEO da empresa @Tech, Tiago Albertini, participou de um evento promovido pelo Correio nesta quarta-feira (24/11)

*Gabriela Bernardes
postado em 24/11/2021 19:45
 (crédito: Carlos Viera/CB/DA.PRESS)
(crédito: Carlos Viera/CB/DA.PRESS)

A agropecuária brasileira tem buscado modelos viáveis de aplicação de soluções tecnológicas, focadas em aumento de eficiência, de produtividade e redução de custos. A primeira edição do programa Agro 4.0, desenvolvido pela Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), que visa estimular e fomentar o uso de tecnologias 4.0 no agronegócio, gerou 14 projetos pilotos que deverão ser aplicados por 700 produtores nacionais.

Um dos projetos premiados é da a startup @Tech, que está usando visão computacional, métodos de otimização e inteligência artificial para ajudar na definição do melhor momento da venda do gado de corte. Segundo a empresa, em média, o aumento no lucro dos produtores chega a 30%. Além disso, há uma melhoria de 12% no padrão das carcaças, 22% na conversão alimentar e redução de até 25% na emissão de poluentes.

“Nós desenvolvemos uma tecnologia que monitora a performance dos bovinos dentro da fazenda — sendo um trader junto com informações no mercado e da indústria. Nós conseguimos melhorar em até 27% por cento a lucratividade da operação”, afirmou Tiago Albertini, CEO da @Tech, nesta quarta-feira (24/11), durante o CB Fórum Live - Agro 4.0, parceria entre o Correio Braziliense e a ABDI.

Durante o evento, Albertini explicou que o propósito do projeto é que, produtores, indústrias e instituições ligadas à agropecuária "tenham mais informações e conhecimento para apoio na tomada de decisão de seus negócios, visando lucratividade, segurança alimentar, qualidade e respeito ao meio ambiente”.”

“Um dos nossos cases em específico é de uma grande operação que o cliente começou a monitorar trezentos animais e terminou o período do processo fechando com 3500 animais. Só pra gente ter uma ideia do quanto que aumentamos em lucratividade dentro do horizonte de quatro meses de monitoramento desses bovinos, foi algo em torno de aproximadamente R$ 2 milhões, com 27% em melhoria da lucratividade. Reduzimos também 11% do custo de produção, minimizando o impacto ambiental de aproximadamente 30% das emissões potenciais ligadas ao efeito estufa, e melhoramos a conversão alimentar desses animais, ou seja, a conversão de energia de alimento em carne na ordem de 9%”, afirmou o empresário.

Segundo o CEO, os agricultores estão cada vez mais investindo nas invenções tecnológicas. “Esses resultados foram tão satisfatórios que, inclusive, esse cliente passou então a ter um interesse maior sobre a nossa tecnologia e se tornou investidor na empresa. Eu acho que é a prova cabal de que a tecnologia traz valor e que as pessoas do campo estão tendo um olhar diferente para a tecnologia. Não só olhando como cliente, como parceiro, mas, como no nosso caso, teve a felicidade de virar um investidor”, pontuou.

Albertini afirma que a inovação tecnológica tem como objetivo melhorar a vida do consumidor e facilitar o trabalho do produtor. “As startups precisam atuar de forma a melhorar a vida de milhões de pessoas. Quando você tem esse pensamento, você tem um propósito muito forte e eu acho que é isso que move a nossa empresa, como todas as demais empresas que estão no programa Agro 4.0. O produtor faz parte desse processo porque a tecnologia acaba melhorando o uso do seu recurso naturais e tem um 'approach' totalmente diferente do que ele tem hoje. É um processo de serviço entrando cada vez mais forte no campo e melhorando a eficiência do uso desse recurso. Isso é fundamental para as próximas gerações”, finalizou.

*Estagiária sob supervisão de Pedro Grigori. 

 

 

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