O seminário Agro 4.0 apresentou, nesta quarta-feira (24/11), resultados de projetos bem sucedidos com objetivo de aumentar a produtividade do agronegócio. O evento é fruto de parceria entre o Correio Braziliense e a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e teve transmissão ao vivo em todas as redes do Correio.
No total, 11 projetos foram premiados pelo Agro 4.0. Um deles foi o sistema de suporte ao controle de ferrugem da soja, desenvolvido pela startup Smart Agri, em parceria com a consultoria Granja Jaguari. A empresa de consultoria tem projetos focados no monitoramento de lavouras de soja e pesquisa de biodefensivos.
O engenheiro agrônomo, formado na Universidade Federal de Pelotas (UFPel), com especialização em Ciência e Produção de Sementes, Gabriel Fleck é consultor e proprietário da Granja Jaguari. Durante o seminário, ele explicou a utilidade do sistema: “A ferrugem asiática é a principal doença da cultura da soja. No Brasil, utilizamos em torno de três a quatro aplicações para controlar a ferrugem. Com o passar dos anos, os insumos estão ficando cada vez mais caros, o que afeta muito o custo de produção.”
A doença apresenta-se inicialmente por pequenas pontuações de coloração mais escuras que o tecido foliar superior. Na parte inferior da folha, observam-se pequenas verrugas, chamadas de urédias, que é o local onde o fungo produz os esporos. “Um dos entraves que temos em relação ao monitoramento da ferrugem é a captação de esporos, que são muito pequenos, de difícil observação dentro do microscópio. Os coletores só podem ser operados por pessoas treinadas com muita experiência”, explicou Fleck.
De acordo com o engenheiro agrônomo, o novo coletor de esporos, operacionalizado na Granja Jaguari é mais preciso na remoção das unidades de reprodução das plantas, do que os coletores antigos: “Com o novo coletor de esporo, desenvolvido pela Smart Agri e operacionalizado por nós aqui nas lavouras, conseguimos ter uma maior assertividade, com precisão de em torno 85% de detecção dos esporos.”
O sistema que protege a cultura de soja contra a ferrugem asiática já está sendo implantado em vinte lavouras na região. Os resultados iniciais apontam para redução de 22,6% no uso de fungicidas ou substituição por biodefensivos, pelo uso da informação dos dados do coletor de esporos. “Não é só uma economia, como também um estímulo à sustentabilidade.”, destacou Gabriel Fleck.
Para o proprietário da Granja Jaguari a expectativa de que a tecnologia se espalhe por outras lavouras do Brasil é a “melhor possível”. “A ferrugem asiática é a principal doença nas lavouras de soja. Então não existe limite para os clientes, todo produtor rural, grande ou pequeno pode utilizar essa ferramenta.”, afirmou.
*Estagiário sob supervisão de Pedro Grigori
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