Liderado pela Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), o programa Agro 4.0 objetiva incentivar o agronegócio do país a adotar práticas e recursos tecnológicos para otimizar a produção do setor. A atual edição do programa selecionou 14 projetos-piloto, dentre 100 inscritos, considerados modelos viáveis de aplicação de soluções de aumento de produtividade e redução de custos.
No próximo dia 24, o Agro 4.0 será objeto de painéis de debate com especialistas convidados, em evento que será transmitido, a partir das 15h30, pelas redes sociais do Correio — Facebook, Twitter e YouTube.
Os cases que participam da inauguração do programa envolvem uso inteligência artificial para seleção de frutas e grãos, visão computacional para tomada de decisão na pecuária e sensoriamento remoto para controle de irrigação e pulverização de herbicidas. No total, os projetos receberam R$ 4,8 milhões em investimentos.
A escolha dos projetos foi feita por meio de edital da ABDI, vinculada ao Ministério da Economia (ME), lançado em parceria com os ministérios da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
Modernização abre oportunidades
A ideia do programa é fomentar a modernização da agricultura do país, já que ao longo dos últimos anos a tecnologia tem se consolidado como ponto chave para garantir maior eficiência e rentabilidade no campo. Sendo possível avançar nesse sentido, a expectativa é que o Brasil tenha novas e mais diversificadas oportunidades.
“O agronegócio é um segmento essencial para a economia brasileira. Adotar tecnologias 4.0 aumenta a produtividade e torna nossa indústria, e também o campo, ainda mais competitivos”, analisa o presidente da ABDI, Igor Calvet. Para ele, os participantes do Agro 4.0 têm mostrado a assertividade dessa ação: “Além desses benefícios, apresentam outros ganhos, como a redução no uso de insumos, como os defensivos agrícolas e a água.”
Os projetos selecionados contemplam as categorias de insumos (fertilizantes, defensivos, rações, máquinas e equipamentos); produção e colheita (segmento primário: agricultura, pecuária, pesca, aquicultura); processamento (segmento secundário: fabricação de produtos alimentícios); e integração da cadeia de valor (serviços de tecnologia da informação e comunicação, logística, entre outros).
No total, são 12 estados envolvidos com os projetos-piloto, nas cinco regiões do país, e mais de 700 empresas alvo de difusão das tecnologias 4.0. “Investir em inovação tecnológica no campo é o caminho para mantermos o Brasil entre os maiores produtores de alimentos do mundo e garantir o uso sustentável de água e a redução de aditivos químicos”, aponta Igor Calvet.
Economia de energia
Os primeiros resultados do programa registram redução de 70% no uso de herbicidas, 22,6% no uso de fungicidas, e até 40% a menos de emissão de gases. Além disso, o volume de água usado nas irrigações caiu 30%, assim como a energia elétrica demandada para a mesma atividade, e houve uma economia de tempo de 10%.
Outro ponto positivo é a melhora no setor de carnes, com uma queda de 25% no custo da arroba produzida e aumento de 30% na margem de operação da produção da proteína animal.
*Estagiária sob supervisão de Odail Figueiredo