Conjuntura

Campos Neto: BC deve revisar para baixo sua projeção do PIB para 2022

Presidente do Banco Central afirmou nesta sexta-feira (19/11), em palestra no Meeting News, organizada pelo Grupo Parlatório, que o aumento da inflação está mais espalhado e reconhece que a expectativa de inflação para 2022 está "saindo um pouco da meta"

Fernanda Strickland
postado em 19/11/2021 14:26 / atualizado em 19/11/2021 14:27
 (crédito: .)
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O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou nesta sexta-feira (19/11) que a autoridade monetária deverá revisar para baixo sua projeção para a atividade econômica em 2022, após divulgar em setembro que esperava crescimento de 2,1%. A afirmação foi realizada em palestra no Meeting News, organizado pelo Grupo Parlatório.

Segundo Campos Neto, a revisão para baixo na expectativa de crescimento se deve, em parte, à necessidade de conter a inflação. Ele afirma que o aumento da inflação mais recente no Brasil está mais espalhado, ressaltando que houve impacto forte nos preços pela elevação dos alimentos num primeiro momento e, depois, pelo choque de energia elétrica e combustíveis.

O presidente do BC reconheceu que a expectativa de inflação para 2022 está “saindo um pouco da meta”, com aceleração recente desse movimento, mas frisou que a autarquia tem atuado elevando as taxas de juros. “É importante mencionar que controlar a inflação é um dos instrumentos mais importantes para o crescimento sustentável”, disse.

Campos Neto afirmou ainda que a alta do índice de preços prejudica empregos, renda e investimento. De acordo com ele, alimentos, combustíveis e energias respondem por 80% a 85% das “surpresas” inflacionárias nos últimos 12 meses.

Bancos projetam recuo de até 0,5% do PIB em 2022

Os bancos JPMorgan, Credit Suisse e Haitong reduziram suas projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) do país, depois da divulgação de números abaixo do esperado para os setores de varejo e de serviços em setembro. Antes deles, em outubro, o Itaú já havia reduzido de 5,3% para 5,0% a sua projeção de crescimento para o PIB de 2021, e indicado queda de 0,5% em 2022.

Em relatório, o BC afirmou que a atividade é prejudicada por fatores de curto prazo, como a escassez de insumos para a indústria, mas também por problemas persistentes. "O atual alto nível de inflação provavelmente deve continuar elevado devido à alta inércia no país; o recente aperto de condições financeiras não deve recuar fortemente, dado que a taxa de juros vai crescer mais e o arcabouço fiscal foi recentemente enfraquecido", mostrou o relatório. 

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