O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, disse que após a pandemia causada pelo coronavírus, questões climáticas e de sustentabilidade “ganharam ainda mais importância". A afirmação foi feita em evento realizado na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de Glasgow (COP 26), e promovido pelo Climate Disclosure Standards Board (CDSB) e pelo Ministério de Comércio e Assuntos Internacionais da Nova Zelândia, nesta quarta-feira (10/11).
“Riscos climáticos, tanto físicos quanto de transição, representam desafios significativos“, pontuou o presidente do BC. A participação de Campos foi gravada em vídeo e transmitida hoje. Roberto Campos Neto cancelou a sua participação presencial na COP26, em Glasgow, na Escócia, devido a uma "lesão muscular acentuada", informou a assessoria da autoridade monetária no inicio de novembro.
Na apresentação, ele destacou que, até agora, a resposta das instituições financeiras para a sessão regulatória da agenda de sustentabilidade do BC “foi positiva”. Segundo ele, a ideia é que empresas não financeiras sejam influenciadas pela agenda e que “também se envolvam”.
“Temos muitos exemplos de que isso já está acontecendo em diversas empresas não financeiras de maneira voluntária”, afirmou.
Relatórios
Em sua fala, o presidente do BC destacou que, desde setembro, a autarquia tornou obrigatório que instituições financeiras divulguem informações relacionadas ao clima em seus relatórios financeiros. Disse também que as instituições terão que incorporar riscos de mudanças climáticas a testes de estresse a partir de 2022.
“É o último passo para uma transformação desafiadora do processo interno de instituições financeiras, no que diz respeito ao gerenciamento de risco”, acrescentou Campos Neto. Ele apontou que “para lidar com esses desafios, o Banco Central tem de permanecer na linha de frente do conhecimento e das ações, resposta à evolução das demandas da sociedade, mudanças na economia e riscos atuais e futuros”.
De acordo com o presidente do BC, “o plano é ficar na linha de frente do enfrentamento às mudanças socioambientais e climáticas do presente e do futuro, pois trata-se de um campo em constante evolução ”, concluiu.
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