A agropecuária precisa se adequar às exigências mundiais de baixa emissão de gases do efeito estufa, e a inovação tecnológica é o caminho, segundo o produtor rural Joe Valle. O empresário foi o entrevistado, ontem, do programa CB.Agro — parceria entre o Correio e a TV Brasília.
"Não podemos mais pensar em modelos de produção sem sustentabilidade. Lógico que os produtores que não seguem essa tendência, e ganham muito dinheiro com isso, vão resistir, mas a sociedade não permite mais essa situação", afirmou Joe Valle.
Para o produtor rural, "é importante que o país invista em ciência e tecnologia pelo novo momento que estamos vivendo e que está sendo discutido no mundo inteiro." Ele ressaltou que as tecnologias disponíveis possibilitam uma produção com menores impactos na natureza. "É perfeitamente possível construirmos ambientes com emissões zero no agronegócio", disse.
A discussão sobre o tema ganhou corpo com a COP26, a conferência global da ONU sobre mudanças climáticas que está sendo realizada em Glasgow, na Escócia. O Brasil e mais 100 países assinaram, na última terça-feira, um acordo para reduzir em 30%, até 2030, as emissões de metano — gás proveniente de diversas fontes, entre elas a digestão de alguns animais herbívoros, como o boi.
Valle destacou, ainda, a importância dos produtos orgânicos para a preservação do meio-ambiente. O Brasil tem acordo com o Chile para reconhecimento recíproco de certificados de produtos orgânicos. Acordo semelhante está sendo discutido com a Bolívia. "Mais à frente, há interesse de fazer o mesmo com a União Europeia."
Joe Valle também destaca os produtos hipoalergênicos. "Em Brasília, temos um produtor de queijo no Lago Oeste. E a nossa propriedade, a Fazenda Malunga, que tem 100% do seu leite hipoalergênico", disse.
*Estagiário sob supervisão
de Odail Figueiredo
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