Apesar do primeiro dia de leilão do 5G, a Bolsa de Valores de São Paulo (B3) fechou, ontem, no vermelho em meio ao aumento da desconfiança em relação aos riscos fiscal e político. O Índice Bovespa, principal indicador da B3, oscilou bastante ao longo do dia e fechou a 103.412 pontos, com queda de 2,09% em relação à véspera. Foi a menor pontuação no ano, mas, no pior momento do pregão, chegou ao piso de 102 mil pontos. O dólar voltou a subir e encerrou a R$ 5,60, com valorização de 2,29%.
O mercado reagiu negativamente à aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos Precatórios, a PEC 23/2021 — que dá um calote nas dívidas judiciais e abre espaço para mais gastos no Orçamento, uma manobra entendida pelo mercado como uma desculpa para furar o teto de gastos.
"A vitória do governo foi por um placar apertado e demonstra que terá ainda um longo caminho até a aprovação final na Câmara e no Senado, onde o governo está enfrentando grandes dificuldades para aprovar as pautas de seu interesse.", explica Eliel Lins, sócio-fundador do Escritório Mundo Investimentos.
Dos 312 votos favoráveis à PEC dos Precatórios, 25 vieram de partidos que fazem oposição ao governo Jair Bolsonaro. Dentre os 21 deputados do PDT, 15 foram favoráveis à PEC. No PSB, foram 10 em 31. Por isso, existe uma grande sensação de incerteza quanto à aprovação. A votação da proposta de emenda à constituição deve ser retomada na próxima terça-feira (09). Para ser aprovada, a matéria precisava de, no mínimo, 308 votos. Depois, o texto segue para votação no senado, também em dois turnos. Sem a PEC, o governo precisará pagar R$ 89,1 bilhões em precatórios em 2022. (BL)
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