Caminhoneiros

Às vezes, quem destrói o frete é o próprio caminhoneiro, diz Tarcísio de Freitas

Ministro da Infraestrutura acredita que a greve, programada para novembro, não terá grande adesão da categoria

Ao participar do almoço planejado pela Frente Parlamentar Mista Pelo Brasil Competitivo em Brasília, o ministro da Infraestrutura (Minfra), Tarcísio de Freitas, afirmou, nesta quarta-feira (27), que os caminhoneiros ficam chateados quando ele diz a verdade de que o caminhoneiro autônomo tem que se reinventar e que às vezes quem destrói o frete é o próprio caminhoneiro.

“Às vezes o pessoal fica chateado quando a gente fala, porque o que falo para eles é o que eu falo em qualquer evento, então não dá para ter surpresa. Eu sempre falo que eles tem que aprender a repassar os custos de produção ao seu preço. E, na verdade, às vezes quem destrói o frete é o próprio caminhoneiro, porque às vezes você tem um grupo de caminhoneiros negociando com uma transportadora um determinado valor de frete. Sempre tem aquele que oferece o frete muito mais baixo, que acaba pegando um transporte e passando por dificuldade”, disse o ministro em entrevista após o almoço.

Tarcísio explicou que sempre diz a eles, “vocês tem que aprender a se reinventar e a gerir seu negócio, e pegar como exemplo aqueles setores que são mais organizados, como por exemplo, o setor do cegonheiro é extremamente organizado, essa categoria nunca foi ao ministério reclamar de frete”, explicou.

Segundo o ministro, as questões pedidas pelos caminhoneiros são problemas complexos, que não tem solução simples. “Você tem uma questão de combustível que é internacional e mundial, existe uma pressão do combustível no mundo inteiro, o preço do barril em real nunca esteve tão alto. O que a gente tem que tentar não é pensar no movimento do dia 1 de novembro, mas ver como podemos organizar essa categoria para sobreviver no mercado”, declara.

De acordo com Tarcísio, não adianta ajudar a questão do preço mínimo de frete. “Não é isso que vai resolver, quer ver a contradição: no passado não existia frete mínimo, tinha-se uma tabela da NTC, que era uma tabela de referência, eram valores altos, essa tabela não era obrigatória. Então, quando o caminhoneiro mirava aquele valor da NTC que era mais alto, eles [as transportadoras] não seguiam, mas cooperavam em um valor tranquilo, criaram o peso mínimo, que era o mínimo, o que fez eles ficarem presos naquele valor”, comenta.

Para o ministro, quando os caminhoneiros começaram a perceber que a tabela de frete não fez bem a eles, talvez mudem de opinião. “Grande parte na verdade já não acredita mais na tabela de preços mínimos”.

Greve dos Caminhoneiros

Tarcísio afirmou que não acredita que a greve dos caminhoneiros aconteça, que não crê numa grande adesão de caminhoneiros na paralisação nacional da categoria prevista para o dia 1º de novembro.

Para o ministro, é o diálogo com a categoria que vem dissuadindo as tentativas de paralisação. “Não é o primeiro movimento que enfrentamos. Essa é a 16ª tentativa desde 2019. As outras 15 conseguimos evitar na base da conversa”, disse na entrevista.

 

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