Nem mesmo uma nova intervenção do Banco Central de US$ 1 bilhão abrandou a desvalorização do real -- na quarta-feira, o autarquia fez o mesmo e conseguiu um pequeno resultado. Nesta quinta-feira, no entanto, a autoridade monetária vendeu 20 mil contratos de swaps cambiais (venda de dólar no mercado futuro), mas a moeda norte-americana, que começou o dia em queda, tomou força ao longo do pregão e fechou em leve alta de 0,13%, a R$ 5,516 na compra e também na venda.
O Ibovespa, índice que mede o desempenho das principais ações da bolsa de valores brasileira (B3), após fortes oscilações, fez movimento inverso e registrou queda de 0,24% aos 113.185 pontos, descolada das bolsas internacionais. Lá fora o Índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York, subiu 1,56%. A bolsa tecnológica Nasdaq registrou alta de 1,73%. Ambas animadas pelos resultados trimestrais positivos dos grandes bancos como Bank of America, Citigroup, Morgan Stanley e Wells Fargo.
"Ligeiro estresse"
Na Europa, as bolsas também avançaram. A de Londres subiu 0,92%, e a de Frankfurt teve incremento de 1,4%. “O dia acabou sendo tranquilo por aqui, depois do ligeiro estresse causado pelas declarações do ministro da Economia, Paulo Guedes, sobre venda de ações da Petrobras para um fundo de combate à pobreza, e também com a iniciativa do presidente da Câmara, Arthur Lira, de afrontar o Ministério Público”, avaliou o economista Cesar Bergo, sócio-consultor da Corretora OpenInvest.
Para os próximos dias, estimou Bergo, a tendência é de o dólar se manter valorizado frente ao real. “O mercado ainda mantém vivas as preocupações sobre os recursos para o financiamento do novo Bolsa Família e se haverá, ou não, a prorrogação do auxílio emergencial”, contou. Na análise de Alan Galdelman, vice-presidente da Corretora Planner, o Brasil vive também os efeitos das oscilações do preço internacional do petróleo. “Em meio a tantas instabilidades, não conseguimos ter dois dias de trégua. O preço do petróleo explodiu e certamente vai afetar o dólar”, reforçou.
Segundo analistas, uma queda inesperada nos estoques de combustíveis dos Estados Unidos manteve a tendência altista do barril, que também interferiu de forma negativa no gás de cozinha. Relatório da Agência Internacional de Energia informou que a escassez de gás natural já está provocando uma migração do gás para o petróleo em um momento de demanda mais aquecida pela retomada da atividade econômica global.