O setor de serviços vem mostrando forte recuperação diante da crise provocada pela pandemia da covid-19 no país. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o volume de serviços cresceu 0,5% em agosto, frente a julho, e atingiu o maior patamar desde 2015. A alta é a quinta taxa positiva seguida e acumula no período ganho de 6,5%. O setor está 4,6% acima do volume pré-pandemia, porém ainda se mantém 7,1% abaixo do recorde histórico, alcançado em novembro de 2014.
Os dados da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), divulgada nesta quinta-feira (14/10), apontam que na comparação com agosto de 2020, o crescimento no volume de serviços foi de 16,7%. Já no acumulado do ano, avançou 11,5% no ano passado.
Segundo Rodrigo Lobo, gerente da pesquisa, o setor de serviços mantém sua trajetória de recuperação em agosto, sobretudo nos serviços considerados não presenciais, mas também nos presenciais, especialmente em razão do avanço da vacinação e do aumento da circulação das pessoas. “Desde junho do ano passado, o setor acumula 14 taxas positivas e somente uma negativa, registrada em março, quando algumas atividades consideradas não essenciais foram fechadas por determinação de governos locais em meio ao avanço da segunda onda do coronavírus”, explica Lobo.
De acordo com a PMS, o avanço dos serviços em agosto foi impulsionado por quatro das cinco atividades, com destaque para serviços de informação e comunicação (1,2%) e transportes (1,1%), após resultados negativos em julho. O gerente da pesquisa explica que o primeiro foi impulsionado pelos serviços de desenvolvimento e licenciamento de softwares, portais e provedores de conteúdo e ferramentas de buscas na internet, além de edição integrada e impressão de livro. O segundo pelo transporte aéreo de passageiros e operação de aeroportos, “na medida em que houve maior fluxo de passageiros se deslocando e aumentando a receita das companhias aéreas e das concessionárias de aeroportos, com destaque para a parte de logística de cargas”, detalha.
Já os serviços prestados às famílias avançaram 4,1% em agosto, acumulando crescimento de 50,5% segundo o IBGE. “O avanço vem, novamente, do segmento de alojamento e alimentação, como os hotéis e restaurantes”, diz a nota do IBGE. Apesar do crescimento, essa parte do setor de serviços ainda opera 17,4% abaixo do patamar pré-pandemia.
Abaixo do nível pré-pandemia
Ainda segundo a PMS, os serviços profissionais, administrativos e complementares, assim como os serviços prestados às famílias, voltou a ficar 0,2% abaixo do patamar pré-pandemia. O setor teve recuo em agosto de 0,4%, após três taxas positivas consecutivas, quando a área acumulou ganho de 4,1%.
“Esse recuo de 0,4% é uma acomodação do ritmo de crescimento. A pressão negativa veio das atividades jurídicas, atividades técnicas relacionadas à arquitetura e engenharia e soluções de pagamentos eletrônicos. Com isso, temos agora dois setores que estão operando abaixo de fevereiro de 2020: serviços profissionais, administrativos e complementares e serviços prestados às famílias”, observa Rodrigo Lobo.
O setor de turismo, um dos mais afetados pela pandemia, também vem mostrando recuperação diante da crise sanitária no país. O índice de atividades turísticas avançou 4,6% em agosto na comparação com julho — quarta taxa positiva seguida. No período, o setor acumulou crescimento de 49,1%. “Cabe salientar que o indicador de turismo ainda se encontra 20,8% abaixo do patamar de fevereiro do ano passado”, pontua o IBGE.