Nesta terça-feira (5/10), a defesa do ministro da Economia, Paulo Guedes, pronunciou-se em nota sobre as denúncias realizadas nos últimos dias e que tiveram o chefe da pasta como alvo. Os advogados disseram que “vão protocolar, de forma voluntária, petição à PGR e ao Supremo Tribunal Federal (STF) esclarecendo de forma definitiva que o ministro jamais atuou ou se posicionou de forma a colidir interesses públicos com privados”, disse.
Os advogados de Guedes, Ticiano Figueiredo e Pedro Ivo Velloso, explicaram que, em relação a empresa Dreadnoughts, os documentos que serão protocolados deixam claro que o ministro, desde dezembro de 2018, afastou-se da sua gestão, não tendo qualquer participação ou interferência nas decisões de investimento da companhia.
“Da mesma forma, os documentos demonstram que não houve qualquer remessa ou retirada de valores para o exterior da companhia mencionada, desde quando Paulo Guedes assumiu o cargo de ministro da Economia, sendo certo que este jamais se beneficiou no âmbito privado de qualquer política econômica brasileira”, explica a nota.
A nota reitera que toda a documentação e informação pessoal do ministro foi enviada à Comissão de Ética Pública e demais órgãos competentes, no início do mandato, os quais jamais viram qualquer conflito com o exercício do cargo.
Para os defensores, foram criadas mentiras sobre o ministro. “Criam-se ilações e mentiras, a partir da violação de informações fiscais sigilosas de veículo de investimento legal e declarado, com o único objetivo de criar um factoide político”.
“E para espancar qualquer dúvida sobre a atuação legal e ética em sua vida pública e privada, Paulo Guedes juntará todas as informações necessárias para demonstrar a licitude e a conformidade de suas atividades com o Código de Conduta da Administração Federal e da Lei de Conflitos de Interesses. O ministro sempre se colocou à disposição das autoridades públicas e do Congresso Nacional no exercício de sua função pública e permanece à disposição”, declarou a nota.
Denúncias
Guedes está sendo investigado sobre a revelação da existência de offshores (empresas criadas no exterior) feita, no domingo, pelo projeto Pandora Papers, do Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ).
O Pandora Papers investigou milhões de documentos de paraísos fiscais em todo o mundo. Segundo o calhamaço, Guedes criou a Dreadnoughts International Group em 2014, nas Ilhas Virgens Britânicas. Na ocasião, com pelo menos US$ 8 milhões investidos, a companhia foi registrada no nome do ministro, da esposa, Maria Cristina Bolívar Drumond Guedes, e da filha, Paula Drumond Guedes. Os investimentos na offshore saltaram para US$ 9,5 milhões no ano seguinte, ainda conforme a investigação jornalística. Segundo a legislação brasileira, não é crime ter uma offshore, desde que declarada à Receita Federal.
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