Uma pesquisa mostrou que o brasileiro que não tem acesso ao crédito costuma fazer dívidas em nome de familiares ou amigos. A análise, realizada pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), em parceria com o Sebrae, mostrou que, no último ano, 29% dos consumidores fizeram compras com cheque, cartão de crédito, crediário, empréstimo ou financiamento, utilizando o nome de outra pessoa, sendo que 23% utilizaram o cartão de crédito, 4% usaram o cartão de loja e 2% contrataram empréstimos.
Na hora de pedir o nome emprestado, as pessoas mais procuradas são as do mesmo ciclo de convivência, como os pais (23%), o cônjuge (21%), os irmãos (17%) e os amigos (14%). Para convencer as pessoas, os argumentos são diversos. O mais usado é a necessidade de fazer supermercado (19%), em seguida, o pagamento de dívida (15%), a necessidade de comprar roupas, calçados e acessórios (14%), a necessidade de comprar itens para os filhos (11%), fazer uma reforma da casa (10%) e comprar presentes em data especial (8%).
Sobre o pagamento das parcelas, 87% dos consumidores afirmou que está em dia, mas 16% disseram que deixaram atrasar o pagamento da prestação de pelo menos alguma modalidade de crédito acessada através do nome de terceiros. Entre eles, 21% atrasou o pagamento por ter perdido o emprego e 20% tiveram redução na renda. O atraso ou o não pagamento de salário (20%), o esquecimento (18%), os gastos excessivos (17%), e os problemas de saúde (12%) também foram motivos citados pelos entrevistados.
Se por um lado o brasileiro costuma pedir o nome de outras pessoas para ter crédito, não são muitos os que estão dispostos a fazer o mesmo por terceiros. Apenas quatro em cada dez consumidores que usaram o crédito de outra pessoa, disseram que emprestariam o nome para um amigo ou familiar fazer compras. Os demais, 60% do total, afirmam que não fariam por outras pessoas o que fizeram por ela.
Sobre os produtos ou serviços comprados com os nomes de terceiros, as compras de supermercado foram os primeiros itens da lista (27%), seguidas da compra de eletrônicos (23%), itens de farmácia (21%), roupas, calçados e acessórios (21%), eletrodomésticos (14%), e móveis (13%).
*Estagiários sob supervisão de Pedro Grigori
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