O Banco Central precisou atuar para acalmar o câmbio, que chegou hoje à cotação máxima de R$ 5,57, maior patamar em seis meses, por volta das 15h30. A autoridade monetária despejou US$ 1 bilhão no mercado por meio de uma venda surpresa de 20 mil contratos de swap cambial tradicional (injeção da moeda americana no mercado futuro). Com isso, provocou uma reviravolta e fez o real se valorizar — naquele momento era a divisa que mais derretia no mercado global. No final do dia, o dólar comercial fechou em queda de 0,51%, a R$ 5,508 na compra e R$ 5,509 na venda.
“O dado de hoje reforça nossa visão de que o Banco Central americano deve começar a reduzir seu programa de compra de ativos em dezembro. Com menos dinheiro sendo injetado nos mercados globais (ou seja, menor liquidez), investidores se tornam mais avessos a riscos — e, consequentemente, a mercados emergentes como o Brasil. O movimento tende a fortalecer o dólar em relação a moedas emergentes, como o real. Porém, aqui, a divisa perdeu força na última hora, mas por conta da atuação do BC”, reforça Rachel de Sá, chefe de economia da Rico Investimentos.
O Ibovespa, índice que mede o desempenho das principais ações da bolsa de valores brasileira (B3), fechou em forte alta de 1,14% aos 113.455 mil pontos, repercutindo os dados da inflação dos Estados Unidos (alta de 0,4%) e a decisão do Federal Reserve (banco central americano) sobre a redução de compra de títulos, a partir de meados de novembro ou dezembro. Nesta quarta-feira, aliás, o Ibovespa acabou por apresentar uma performance melhor que a maioria dos índices lá fora.
Bolsas pelo mundo
Para especialistas, o bom resultado isolado registrado na B3 tem a ver com o vencimento de opções (quando os investidores exercem o direito de comprar ou vender um ativo), que trouxe um volume extra de negócios. No exterior, o Índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York, ficou estável, enquanto a bolsa tecnológica Nasdaq subiu 0,73%. Na Europa, a Bolsa de Londres subiu 0,22% e a de Frankfurt teve alta de 0,68%.
Nos próximos dias, os investidores vão acompanhar os rumos da pendenga fiscal nos Estados Unidos. A Câmara norte-americana permitiu a elevação do teto de gastos públicos, decisão que deve ser sancionada pelo presidente Joe Biden. E também, afirmam analistas, os olhos estarão voltados para a divulgação de resultados do terceiro trimestre dos grandes bancos. O JPMorgan foi o primeiro a apresentar os resultados. Ainda nesta semana, os investidores aguardam por Goldman Sachs, Bank of America, Morgan Stanley, Wells Fargo e Citigroup.
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