Inflação

Presidente do Banco Central crê que meta da inflação será atingida

Segundo Roberto Campos Neto, o nível mais alto do custo de vida foi observado em setembro deste ano

Vera Batista
postado em 01/10/2021 13:14 / atualizado em 01/10/2021 13:17
 (crédito: CB/D.A. Press)
(crédito: CB/D.A. Press)

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, deixou claro que a alta persistente da inflação foi uma surpresa. Mas reforçou que a autoridade monetária está trabalhando para atingir a meta (3,75%, podendo ficar entre 2,25% e 5,25%). Durante palestra sobre o cenário macroeconômico brasileiro em evento on-line do Morgan Stanley, nesta sexta-feira (1º/10), ele admitiu que o núcleo da inflação está muito acima da meta, com disseminação nos preços, mas disse que os juros deverão se comportar de acordo com a necessidade para evitar qualquer pressão adicional. "Selic será o que tiver que ser para atingirmos a meta”, apontou.

Segundo ele, é possível que o nível mais alto para a inflação seja registrado exatamente nos dados de setembro, mas que nos meses seguintes poderá acontecer um recuo. Ele reforçou, também, que a dívida pública tende a ter melhores perspectivas de queda e que essas expectativas não se devem apenas à inflação. “Quando você olha para as projeções dos economistas, não é isso (explosão da dívida no futuro) que vê”, acrescentou. “O que impacta são as expectativas”, reforçou.

Campos Neto citou, por exemplo, uma “mudança estrutural na arrecadação tributária”, sem especificar qual seria. E voltou a falar sobre os ruídos fiscais de curto prazo sobre um novo programa social que deverá ser executado pelo governo, de como esse programa será financiado e qual será a duração. “Muitas dessas perguntas não foram respondidas”, admitiu. E reforçou: “É importante virar essa página”.

Auxílio Brasil

O novo Auxílio Brasil, que ficará no lugar do Bolsa Família, ainda depende vários fatores, principalmente de orçamento para que seja financiado. Por isso, técnicos do governo estudam a possibilidade de uma nova prorrogação do auxílio emergencial.

Ao falar sobre o acesso ao crédito, principalmente para as camadas mais baixas, por outro lado, Campos Neto disse que ele está se ampliando, justamente por causa dos programas sociais que fazem transferência de renda. Como o crédito incentiva o consumo, o presidente do BC lembrou que, com isso, “o dinheiro está voltando para o governo”, ou seja, há um aumento na arrecadação.

 

 

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