Com a inflação em seu pior momento, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse, nesta quarta-feira (15/9), que a inflação em alimentos é um problema que está sendo enfrentado no mundo inteiro e que o Brasil precisa de tranquilidade política se quiser ver a situação melhorar.
Em entrevista à Jovem Pan, no início da noite, o “posto Ipiranga” de Bolsonaro disse acreditar que o país vive um pico inflacionário que deve se dissipar nos próximos meses.
“[Os preços] estão subindo no mundo inteiro. O mundo inteiro fez um combate à pandemia por meio de programas de transferência de renda. O preço da comida está subindo no mundo inteiro, o dólar já era para ter descido aqui, mas o barulho político está muito grande”, argumentou.
Guedes não citou os envolvidos no “barulho político”, mas a moeda norte americana teve forte movimento de alta após os atos de Sete de Setembro, em que o presidente Bolsonaro atacou o STF com discursos golpistas. A moeda americana só recuou quando, dois dias depois, o ex-presidente Michel Temer foi chamado para socorrer o chefe do Executivo em uma grave crise institucional criada por ele próprio.
O ministro da Economia tentou minimizar a situação econômica do país ao ressaltar os resultados da Balança Comercial – que mostra o quanto o país exportou e importou.
“O Brasil, quando sobe os preços de exportação, está indo para US$ 500 bilhões de corrente de comércio com o mundo. É um recorde absoluto. Da mesma forma, também, tem um superávit comercial de US$ 100 bilhões. Então o Brasil, na verdade, quando preços de exportação sobem, fica mais rico. O que devia acontecer é que o dólar devia estar descendo e o preço da comida também abaixaria”, justificou.
Ele disse, no entanto, que, agora, com a autonomia do Banco Central, o órgão está atacando a inflação aumentando juros. “Segundo o BC, que é quem fala de inflação, nós achamos que estamos passando por um pico e já começa a descer. Tanto que a meta é que no final do ano que vem ela já esteja de volta a 4%, dentro da faixa de flutuação, na meta de inflação estabelecida”, pontuou.
O que é preciso fazer, agora, segundo ele, é reduzir alíquotas de importação e “conseguir tranquilidade no front político para o dólar descer”. “Nós estamos com superávit comercial muito forte e estamos, também, com fundamentos fiscais muito consolidados e o dólar deveria estar se acalmando. Essa guerra política perturba o tempo inteiro o andamento da economia”.