Depois de responsabilizar o preço do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) cobrado nos estados pelo alta constante dos combustíveis, sobretudo da gasolina, o presidente da Petrobras, Joaquim Silva e Luna, disse que a estatal não tem como interferir no valor que é cobrado dos consumidores nos postos.
"A Petrobras não tem controle de preço sobre a bomba. Ela controla e evita, no máximo possível, passar essa volatilidade, vendo se determinados movimentos internacionais são para poder manter o abastecimento do mercado, se eles são estruturais, se eles são conjunturais. Ela não repassa de imediato, somente quando se caracteriza uma mudança estrutural, para manter o nosso mercado abastecido”, afirmou Silva e Luna.
As declarações dele aconteceram durante uma comissão geral na Câmara dos Deputados, nesta terça-feira (14/9). Silva e Luna foi convidado para falar sobre a operação das termelétricas e sobre o preço dos combustíveis. Por diversas vezes, o presidente da Petrobras afirmou que a estatal é responsável por apenas uma parcela dos componentes que integram o valor do custo final dos combustíveis.
Monte Everest
No caso da gasolina, segundo ele, apenas R$ 2 do valor atual, de R$ 6, dizem respeito à empresa. “Nós não julgamos o preço que vai além desses R$ 2. Levam-se quase 10 anos para chegar a uma bomba, porque se começa a investir muito cedo. Começa com a exploração. Depois vai para a parte de desenvolvimento da produção. Depois instalam-se plataformas. Sobe-se uma altura de quase o Monte Everest. Isso é trazido por 350 quilômetros de distância. São entregues às refinarias os seus produtos. Todo esse valor tem custado R$ 2”, explicou.
“A respeito de preço de combustível, a Petrobras responde pela parte da sua produção. Aqui cabe um detalhamento. É preciso investir. Então, ela tem que ter algum mínimo de lucro, para que ela possa investir. As empresas que não fizeram isso, aquelas que nós temos no entorno do nosso país, faliram”, completou.