O dólar opera em baixa ante o real nesta sexta-feira, num reflexo do enfraquecimento da moeda no exterior e o alívio, ainda que pontual, nas tensões do ambiente doméstico. No exterior, os ativos refletem a melhora de humor com a reaproximação de Estados Unidos e China. Por aqui, o aceno conciliador do presidente da República, Jair Bolsonaro, dá algum fôlego de recuperação aos ativos, apesar do ceticismo nas análises quanto à persistência da trégua na briga com o Supremo Tribunal Federal (STF).
A carta à Nação divulgada na quinta-feira por Bolsonaro em tom conciliador foi bem recebida, mas não deve eliminar a cautela do investidor, já acostumado às idas e vindas do presidente em sua retórica. Por isso, os analistas se debruçam para traçar os possíveis cenários para a política e a economia daqui em diante. Estão no radar questões como reformas, teto de gastos, crise hídrica, inflação e ainda a possibilidade de paralisações de caminhoneiros.
"Apesar de ser coerente a atitude dos investidores ao final da tarde de ontem, visto que o cenário seguia muito ruim em virtude dos eventos do 7 de Setembro, entendemos que o ambiente político-institucional ainda permanece extremamente delicado, não sendo possível, de forma alguma, descartar novas rodadas de deterioração", afirma a Renascença em relatório a clientes no período da manhã desta sexta-feira.
Às 10h12, o dólar à vista era negociado a R$ 5,2104, em baixa de 0,32%. No mercado futuro, a divisa para liquidação em outubro era negociada a R$ 5,2245, em baixa de 0,09%. No exterior, o Dollar Index (DXY), que mede a variação do dólar ante uma cesta de seis moedas fortes, tinha baixa de 0,03%.