O Banco Central marcou para 29 de novembro o início dos serviços de Pix Saque e Pix Troco em estabelecimentos comerciais de todo o país, como padarias, supermercados e lojas. O presidente do BC, Roberto Campos Neto, já havia anunciado as novidades na primeira quinzena de agosto, mas a regulamentação e a data em que os serviços ficarão disponíveis foram apresentados ontem por Carlos Eduardo Brandt, chefe adjunto do Departamento de Competição e de Estrutura do Mercado Financeiro da instituição.
Segundo o BC, todos os consumidores que tiverem contas em instituições financeiras credenciadas ao Pix poderão sacar ou receber troco de compras em dinheiro, por meio da transferência via pagamento instantâneo. Os serviços, porém, entram dentro do limite bancário mensal para pessoas físicas, de oito operações de saque gratuitas, que incluem os saques tradicionais. Também haverá limite nos valores em transações no período noturno, entre 20h e 6h, que será de R$ 500 para Pix Saque e R$ 100 para Pix Troco.
Além de estabelecimentos comerciais, poderão oferecer os serviços as instituições financeiras com rede própria de terminais de autoatendimento (ATMs) e caixas 24 horas.
Brandt destacou as vantagens das modalidades, não só para o consumidor, como também para os comerciantes. Entre as vantagens, ele citou o aumento do fluxo de clientes, a redução de custos, o diferencial competitivo e o recebimento de tarifa por transação, que será entre R$ 0,25 e R$ 0,95, a depender da negociação com a instituição financeira de relacionamento do estabelecimento. A adesão aos serviços será voluntária.
“A ideia é que tenha toda a flexibilidade possível para que essa operação no comércio tenha eficiência, e não que a gente imponha isso. Eventualmente, se o comércio não tiver dinheiro em caixa, não tem problema, basta informar que naquele momento o serviço está indisponível”, disse Brandt.
O Pix Saque funcionará de forma bastante intuitiva, em três passos simples, segundo o BC. Primeiro, o cliente deverá encontrar um estabelecimento que ofereça o serviço, ou um caixa 24 horas. Em seguida, realizar a leitura, com o seu smartphone, de um código QR gerado. Por fim, autenticar o pagamento e receber a quantia transferida, em dinheiro.
Segundo o economista Fábio Bentes, da Confederação Nacional do Comércio (CNC), de modo geral, o setor acredita que os novos serviços serão favoráveis a consumidores e comerciantes, mas existem desafios. “Há um viés muito positivo, que é o estímulo à concorrência, o barateamento do custo das transações e, ainda, o fato de ser uma fonte direta de recursos para as empresas, mas isso terá que ser avaliado por cada estabelecimento. Para contar com esses recursos em caixa, as empresas terão custos com transporte de dinheiro em espécie, segurança, entre outros”, observou.