As famílias estão cada vez mais endividadas, apontam dados do Banco Central (BC), divulgados nesta segunda-feira (27/09). De acordo com a autarquia, em agosto o crédito ampliado a pessoas físicas aumentou 1,8% no mês, totalizando R$ 2,7 trilhões, o equivalente a 32,7% do Produto Interno Bruto (PIB). Em doze meses, o volume de crédito às famílias registrou alta de 18,2%. Em nota, o BC atribui o aumento do endividamento “em função do desempenho dos empréstimos e financiamentos” adquiridos no mês de agosto.
A ampliação do crédito às famílias é refletida no volume de crédito do Sistema Financeiro Nacional - SFN, que aumentou 1,5% em agosto e totalizou R$ 4,3 trilhões. De acordo com o BC, enquanto R$ 1,9 trilhão do saldo total do Sistema corresponde a crédito direcionado a empresas, R$ 2,5 trilhões são de operações com pessoas físicas. Na comparação com o mesmo período do ano passado, o volume de crédito destinado às famílias pelo SFN manteve-se em aceleração, com elevação de 18,4% para 18,8%.
Durante apresentação dos dados nesta sexta, o chefe do Departamento de Estatísticas do Banco Central, Fernando Rocha, afirmou que o banco tem observado o acesso das pessoas ao endividamento e reforçou a importância da educação financeira. “Tem uma trajetória de crescimento recente que nos faz observar esse dado com atenção. Temos observado para que seja feito com a devida educação financeira, com esclarecimento sobre as condições em que o crédito está sendo tomado, tanto quanto ao prazo, quanto à taxa de juros, para que se possa ter um planejamento adequado na medida do possível”, disse, durante coletiva de imprensa. "Essa é uma demanda de crédito das famílias que está sendo satisfeita pelas instituições financeiras e que do ponto de vista do SFN tem risco muito baixo”, completou Rocha.
Empresas
O crédito ampliado é a medida mais abrangente de crédito do BC e inclui, além de empréstimos e financiamentos, o mercado de capitais e empréstimos externos. Segundo a autarquia, o total de crédito ampliado em agosto registrou alta de 1,3%, somando R$12,9 trilhões, o equivalente a 155,8% do PIB. Em doze meses, o volume de crédito acumula alta 15,7%. “Principalmente devido à elevação da carteira de empréstimos do Sistema Financeiro Nacional (SFN) e dos títulos públicos”, diz o banco. O BC também aponta elevação de 0,7% na dívida externa, “impactada pela depreciação cambial de 0,42% no mês”.
Segundo os dados do BC, o crédito ampliado direcionado a empresas somou R$4,4 trilhões (52,8% do PIB) em agosto, uma alta de 0,9% no mês. Em 12 meses, a carteira de crédito destinada a pessoas jurídicas acumula alta de 6,9%. “Refletiu principalmente o aumento de 13,1% na carteira de empréstimos e financiamentos e de 23,1% na de títulos no período”, explica a nota.
Correspondendo a R$1,9 trilhão do saldo total da carteira de crédito do SFN, o crédito a empresas no Sistema desacelerou na comparação com agosto de 2020, passando de alta de 13,8% para 12,2%.
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