Índice de Preços

Mercado financeiro eleva projeção da inflação para 8,35%

A meta da inflação, definida pelo Conselho Monetário Nacional, é de 3,75% para este ano, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo

Fernanda Fernandes
postado em 20/09/2021 10:19 / atualizado em 20/09/2021 16:52
 (crédito: Marcello Casal JrAgência Brasil)
(crédito: Marcello Casal JrAgência Brasil)

Na véspera da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), agendada para esta terça e quarta-feiras (21 e 22/9), economistas do mercado financeiro elevaram mais uma vez a previsão para a inflação e juros em 2021. Os operadores acreditam que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do país, passe para 8,35% até o fim do ano. É a 24ª elevação consecutiva na projeção.

Já a taxa básica de juros, a Selic, que também estava em 8% na última semana, deve subir para 8,25%, de acordo com o relatório Focus divulgado hoje pelo BC. O valor do câmbio, na avaliação do mercado, se mantém o mesmo da previsão anterior, R$ 5,20/US$. Os economistas também mantiveram a taxa de variação do Produto Interno Bruto (PIB) em 2021, em 5,04%. O mercado avalia que o BC deverá acelerar o ritmo do reajuste da Selic em, pelo menos, 1% na reunião desta semana. A pesquisa é divulgada semanalmente pelo banco, com a projeção para os principais indicadores econômicos.

Apesar de mantida a expectativa do PIB deste ano, com base em 2020, os especialistas reduziram mais uma vez a projeção do índice para 2022 - de 1,72% para 1,63%. Há quatro semanas, essa variação era de 2%. As expectativas para inflação e juros no próximo ano também aumentaram, de 4,03% para 4,10% e de 8% para 8,5%, respectivamente.

Acima da meta

 

A previsão para 2021 está acima da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC. A meta, definida pelo Conselho Monetário Nacional, é de 3,75% para este ano, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é de 2,25% e o superior de 5,25%.

Em agosto, puxada pelos combustíveis, a inflação subiu 0,87%, a maior inflação para o mês desde o ano 2000, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com isso, o indicador acumula altas de 5,67% no ano e de 9,68% nos últimos 12 meses, o maior acumulado desde fevereiro de 2016, quando o índice alcançou 10,36%.

Taxa de juros

Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, estabelecida atualmente em 5,25% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom). Amanhã (21) e quarta-feira (22), o Copom realiza a sexta reunião do ano para definir a Selic.

Na ata da última reunião, em agosto, os membros do comitê já indicaram que deve haver nova elevação, de 1 ponto percentual. Essa também é a expectativa do mercado financeiro, de que a taxa suba para 6,25% ao ano no encontro do Copom desta semana.

Para o mercado financeiro, a expectativa é de que a Selic encerre 2021 em 8,25% ao ano. Na semana passada a projeção era 8%. Para o fim de 2022, a estimativa é de que a taxa básica suba para 8,50% ao ano. E para 2023 e 2024, a previsão é 6,75% e 6,50% ao ano, respectivamente.

Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Desse modo, taxas mais altas podem dificultar a recuperação da economia. Além disso, os bancos consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas.

Quando o Copom reduz a Selic, a tendência é de que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle da inflação e estimulando a atividade econômica.

PIB e câmbio

As instituições financeiras consultadas pelo BC mantiveram a projeção para o crescimento da economia brasileira este em 5,04%. Para 2022, a expectativa para Produto Interno Bruto (PIB) - a soma de todos os bens e serviços produzidos no país - é de crescimento de 1,63%. Em 2023 e 2024, o mercado financeiro projeta expansão do PIB em 2,30% e 2,50%, respectivamente.

A expectativa para a cotação do dólar também se manteve em R$ 5,20 para o final deste ano. Para o fim de 2022, a previsão é que a moeda americana fique em R$ 5,23.

Com informações da Agência Brasil

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