Em meio às dificuldades provocadas pela escassez hídrica, que diminuiu o nível dos reservatórios que abastecem as usinas termelétricas do Brasil, o governo federal solicitou ao Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) um estudo sobre possíveis benefícios com a retomada do horário de verão, que o presidente Jair Bolsonaro extinguiu em 2019, caso o abastecimento de energia no país seja comprometido.
Há uma pressão de setores da economia para que a medida volte a ser adotada para que seja possível economizar energia, mas o Executivo, por enquanto, não cogita restabelecer o horário de verão.
"A contribuição do horário de verão é limitada, tendo em vista que, nos últimos anos, houve mudanças no hábito de consumo de energia da população, deslocando o maior consumo diário de energia para o período diurno", explicou o Ministério de Minas e Energia, em nota enviada ao jornal Folha de S. Paulo.
A consulta ao ONS, de acordo com a pasta, é justamente por conta da "atual conjuntura de escassez hídrica". De todo modo, o ministério informou que "não identificou que a aplicação do horário de verão traga benefícios para redução da demanda".
Historicamente, o horário de verão tinha como principal objetivo a redução de consumo de energia elétrica a partir do melhor aproveitamento da luz natural com o adiantamento dos relógios em uma hora, de forma a reduzir a concentração de consumo no horário entre 18h e 21h, quando conseguia-se um menor carregamento de energia nas linhas de transmissão, nas subestações, e nos sistemas de distribuição.
A medida era adotada nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e no Distrito Federal, e ocorria entre os períodos de verão e do restante do ano, entre outubro e fevereiro.
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