A Caixa Econômica Federal (CEF) anunciou nesta quinta-feira (16/9) a redução dos juros da casa própria na modalidade de financiamento habitacional atrelada à poupança. A taxa, que está em 3,95% ao ano mais o rendimento da caderneta de poupança, vai cair 0,4 ponto percentual, para 2,95% ao ano, segundo anunciou o presidente da Caixa, Pedro Guimarães. A medida entra em vigor em 18 de outubro.
Guimarães alegou que o banco tem em carteira mais de R$ 200 bilhões em títulos públicos, que remuneram a Selic. "Quanto maior a Selic, maior o meu ganho. Por causa disso, nós vamos reduzir o spread, especificamente na linha de poupança. Ninguém aqui vai querer dar canetada até porque os executivos da Caixa são muito bons".
No entanto, os juros cobrados na linha tradicional, indexada à TR (Taxa Referencial), e nas modalidades corrigidas pela inflação e com juros fixos continuam inalterados. O presidente da Caixa completou, porém, que há espaço para discussões.
"Nem acho que faz sentido matematicamente a gente ter taxas maiores. Nosso spread aumentou. Quanto maior a taxa de juros Selic, maior é o ganho de todo o banco que tem mais captação barata. Se você tem uma captação muito inferior ao CBI e a Selic aumenta, o CBI vai aumentar e seu spread aumenta. Sentimos que tinha espaço para reduzir as taxas de juro neste segmento ligado à poupança. A gente fez essa primeira redução. A gente quer entender mais de vocês, entender análises, mas na nossa opinião existe espaço para várias outras discussões", acrescentou.
A informação de redução de juros já havia sido comentada pelo presidente da estatal, Pedro Guimarães, em evento no Palácio do Planalto no último dia 13.
“A Caixa vai reduzir os juros. Não está aumentando a Selic? Então a Caixa Econômica Federal, com o lucro que nunca teve, sem roubar, vai diminuir os juros da casa própria”, justificou na data.
O movimento é inesperado, já que há tendência de alta na taxa básica de juros. Em agosto, o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) decidiu, pela quarta vez seguida, por aumentar a Selic, que atualmente está em 5,25%. Segundo projeções de analistas ouvidos pelo BC para o Boletim Focus, espera-se que a taxa básica de juros suba mais até o fim de 2021 e encerre o ano em 8%.
O presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Economia, Paulo Guedes, estavam previstos no evento, no entanto, não compareceram à solenidade.
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