Crise

Presidente do BC volta a firmar compromisso com controle da inflação

Campos Neto disse que elevará a taxa básica de juros 'aonde precisar' e que BC fará "intervenção" contra alta demanda por dólar esperada para o fim do ano

Fernanda Fernandes
postado em 14/09/2021 11:59
 (crédito: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)
(crédito: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, voltou a firmar o compromisso da Instituição Financeira com o controle da inflação. Na manhã desta terça-feira (14/09), Campos falou sobre a surpresa negativa do IPCA de agosto (0,87%), que mantém a inflação bem acima da meta, e reconheceu que a discrepância entre as expectativas do BC e a inflação registrada nunca foi tão grande em um curto período de tempo no país.

O presidente informou que não haverá limites na elevação da taxa básica de juros e que o BC fará “intervenção” contra o aumento de demanda por dólar esperado para o fim do ano. “Vamos levar a Selic aonde precisar, mas não vamos reagir sempre a dados de alta frequência”, disse. “A gente entende que é importante suprir, fazer intervenções que vão contra a demanda pontual por dólar, que a gente entende que vai ser maior no fim do ano”, pontuou, também, durante evento promovido pelo BTG Pactual Digital.

A próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) ocorrerá na semana que vem, nos dias 21 e 22. Com o IPCA de agosto bem acima do esperado, o mercado financeiro estima aumento entre 1,25% e 1,50% na Selic, acima do 1 ponto percentual de aumento decidido na última reunião.

O presidente do BC também citou como desafio as incertezas geradas pelas eleições de 2022. “(Temos) que passar tranquilidade no ambiente fiscal e mostrar equilíbrio para o fluxo virar e conseguir recuperar parte do prêmio de risco do ano passado”, disse.

Apesar dos desafios, Campos demonstra certo otimismo sobre o cenário econômico doméstico. Segundo ele, o avanço da campanha de vacinação é um dos aspectos que irão ajudar a empurrar a economia na direção contrária da crise. “O avanço da campanha de vacinação e a baixa resistência da população à vacina irão ajudar”, afirmou.

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