INFLAÇÃO

IGP-DI recua e registra queda de 0,14% em agosto, diz FGV

Resultado foi influenciado pela queda de 21,39% no preço do minério de ferro, aponta FGV. Apesar do recuo, índice acumula alta de 15,75% no ano e de 28,21% em 12 meses

Fernanda Fernandes
postado em 08/09/2021 11:09 / atualizado em 08/09/2021 11:10
 (crédito: Agência Vale/Divulgação)
(crédito: Agência Vale/Divulgação)

O Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI) fechou o mês de agosto em queda de 0,14%, apontou a Fundação Getulio Vargas (FGV), nesta quarta-feira (8/9). O percentual é inferior ao apurado em julho, quando a variação foi positiva de 1,45%, e também menor se comparado ao mesmo período de 2020, quando havia subido 3,87%. No acumulado em 12 meses, entretanto, a alta no último mês foi significativa, na comparação com agosto do ano passado: 28,21% este ano, ante 15,23% no oitavo mês de 2020. Com o novo resultado, o índice acumula no ano alta de 15,75%.

De acordo com André Braz, coordenador dos Índices de Preços da FGV, apesar da queda registrada na taxa do IGP-DI no mês passado, a inflação continua a pressionar a estrutura produtiva das empresas e o orçamento familiar. “O resultado de agosto foi influenciado pela queda de 21,39% no preço do minério de ferro. Se tal variação fosse excluída do cálculo do IPA, o índice ao produtor teria registrado alta de 2,48%”, afirma.

O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), citado por Braz, compõe o IGP-DI, junto ao Índice de Preços ao Consumidor (IPC) e ao Índice Nacional de Custo da Construção (INCC). Em agosto, todos eles registraram queda. No caso do IPA, houve decréscimo de 1,65% registrado em julho, para 0,42% no mês subsequente. A queda foi puxada, especialmente, pelo minério de ferro (0,60% para -21,39%), leite in natura (6,52% para 1,50%) e bovinos (0,46% para -0,24%).

Apesar da variação negativa no grupo de matérias primas brutas, a FGV demonstra que todos os outros grupos do IPA apresentaram elevação, como por exemplo, o grupo de bens finais, que variou de 1,50% em julho para 2,19% em agosto. “O principal responsável por este avanço foram os alimentos in natura, cuja taxa passou de 2,23% para 8,09%”, diz nota técnica da Fundação sobre o grupo.

IPC

O IPC teve recuo de 0,92% em julho para 0,71% em agosto. Segundo a nota da instituição, três das oito classes de despesas componentes do índice registraram queda nas taxas de variação: Habitação (2,09% para 0,59%), Educação, Leitura e Recreação (1,42% para 1,03%) e Transportes (0,85% para 0,69%). “Nestas classes de despesa, vale mencionar o comportamento da tarifa de eletricidade residencial (7,80% para 0,93%), passagem aérea (13,11% para 7,25%) e gasolina (1,85% para 1,14%)”, diz a nota. Em contrapartida, os grupos Alimentação (0,78% para 1,25%), Saúde e Cuidados Pessoais (0,00% para 0,49%), Vestuário (0,08% para 0,38%) e Despesas Diversas (0,02% para 0,18%) cresceram, na comparação de preços registrados em agosto e julho de 2021.

A variação do INCC caiu quase pela metade, de 0,85% em julho, para 0,46% em agosto. O recuo foi observado em todos os três grupos componentes do índice: Materiais e Equipamentos (1,28% para 1,01%), Serviços (0,87% para 0,47%) e Mão de Obra (0,48% para 0,00%).

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