Em evento na noite desta sexta-feira (3/9), o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que deficit primário voltará ao mesmo patamar de antes da pandemia e chegará a zero até final do ano que vem. Segundo explicação do ministro, o percentual chegou a 10,5%, no ano passado, em razão das medidas tomadas para o combate à covid-19, como o pagamento do auxílio emergencial.
“Não podia faltar dinheiro para a saúde, mas nós sabíamos que essa geração teria que pagar pelas suas guerras. Exigimos que essas despesas excepcionais não se transformassem em despesas permanentes, ou seja, que virassem aumento de salário para o funcionalismo público, pedimos que se avançasse na reforma administrativa”, relembrou o ministro.
Guedes prevê a retomada da economia com um “crescimento sustentável” e reiterou que o país está em uma “recuperação em V”. Para avançar nessa fase, ele defende o investimento na privatização dos serviços. “Fomos prisioneiros de uma mentalidade equivocada por décadas, achando que o motor econômico é o governo; na verdade é o contrário”, disse.
Para ele, as previsões de crescimento da dívida pública em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) — fala-se até em 100% do PIB — são críticas pessimistas. “Prefiro acreditar no vigor da economia brasileira do que nos pessimistas de plantão. Esta foi a primeira recessão do Brasil que não destruiu empregos formais.”
Para o ministro, queda do PIB foi "ligeira pausa"
Apesar do último resultado trimestral do PIB, Guedes avaliou o período como uma “ligeira pausa”, na qual a porcentagem “caiu 0,05%, e aí arredonda para 0,1%”. Ele alegou que outros indicadores devem ser levados em consideração. Referiu-se ao crescimento e à criação de novos empregos, além dos investimentos que o Brasil tem fechado, com contratos para os próximos 10 anos.
O ministro também falou do desemprego. Ao ser questionado sobre os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que apontam a dificuldade de a taxa de desemprego sair de 14%, Guedes justificou que a pandemia jogou luz sobre “38 milhões de trabalhadores invisíveis, o que chamamos de ‘desemprego informal em massa’". Esclareceu que o governo “desenhou” programas sociais para essa parcela da população. Defendeu, ainda, que o avanço da vacinação, em conjunto com a retomada da normalidade do mercado acelerará a economia — tanto a formal quanto a informal.
Sobre o Bolsa Família, o ministro considerou fundamental solucionar o problema dos precatórios antes de definir mudanças no programa social. Guedes afirmou que, ao normalizar o teto de gastos, será possível dar um aumento ao Bolsa Família. A expectativa do governo é que o benefício chegue a R$ 300. “Nosso compromisso é com manutenção do teto de gastos”, garantiu o chefe da equipe econômica no evento chamado Scoop Day.
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