O ministro da Economia, Paulo Guedes, voltou a comentar que a economia brasileira "voltou em V" (queda brusca e rápida recuperação) e que o país deverá crescer, em 2021, "5,3% ou 5,4%". Ele destacou que o governo está em busca de soluções com o Legislativo e principalmente com o Judiciário para o pagamento da fatura de R$ 89 bilhões em precatórios (dívidas judiciais da União), que é uma grande preocupação do mercado.
Guedes também comentou o resultado do Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas do país) divulgado mais cedo pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com recuo de 0,1% no segundo trimestre.
Em evento da Frente Parlamentar Brasil Competitivo, o ministro disse que a economia "andou de lado", no segundo trimestre, mas com estabilidade. "A economia voltou em V. Disseram que eu estava em um universo paralelo quando dizia isso, mas estamos crescendo novamente. Hoje saiu um dado, praticamente de lado, de queda de 0,05%, que é arredondado para 0,1%. Se fosse 0,04% seria zero", comentou. O ministro justificou a retração pelos efeitos da pandemia pelo coronavírus, que começou no ano passado e se estendeu por 2021. O período mais trágico e que provocou a estagnação, esse ano, devido à variante delta, contou, foi abril, maio e junho, justamente o medido pelo IBGE.
Competitividade
Nos cálculos do Movimento Brasil Competitivo, o Brasil perdeu R$ 1,5 trilhão, o equivalente a 22% do PIB, pela falta de competitividade. Mas, segundo Guedes, a questão está sendo sanada aos poucos, com programas que dão qualificação, emprego e renda a pessoas fora do mercado e também com as reformas (especialmente a tributária e a administrativa) - fundamentais para o equilíbrio do gasto público e para o aumento da competitividade -, que estão tramitando no Congresso Nacional.
Além disso, afirmou, o país já conta “com mais de meio trilhão de reais em contratação de negócios”, resultado das privatizações e concessões. Guedes aproveitou a ocasião para dar novo puxão de orelha nos governadores, ao falar sobre a importância do novo Imposto sobre Valor Agregado, um dos pontos da reforma tributária.
“O governo federal já encaminhou a sua parte do IVA, já se sabe que uma simplificação de impostos vai ocorrer. Vai ter um IVA federal (novo), relativamente moderado, baixo. Basta governadores transformarem acordo político em realidade técnica. Já conversaram bastante, é só falarem ‘ok, tá pronto, é 12%, sei lá’. Não tem que usar governo federal como desculpa”, declarou Guedes.
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