Europa

Bolsas da Europa fecham mistas, com dado fraco na Alemanha, BCE e Fed no radar

O vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE), Luis de Guindos, disse que a instituição poderá mais uma vez revisar para cima suas projeções macroeconômicas para a zona do euro.

As principais bolsas da Europa fecharam sem sinal único na sessão desta quarta-feira, com investidores digerindo sinais de fraqueza na maior economia da região e as falas de dirigentes do Banco Central Europeu (BCE), antes do Simpósio de Jackson Hole, na próxima sexta-feira. O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou leve alta de 0,01% a 471,84 pontos.
O DAX, por sua vez, recuou 0,28%, a 15.860,66, em Frankfurt. A bolsa alemã respondeu à queda maior do que a prevista no índice de sentimento das empresas, medido pelo Ifo, em agosto, o que alimenta dúvidas sobre o ritmo de crescimento da economia europeia.
"Além disso, dados do país mostram que as exportações para a China caíram pela primeira vez em mais de um ano, indicando que um de seus principais mercados para crescimento está desacelerando de modo acentuado", diz o analista da CMC Markets, Michael Hewson.
Para o ING, o recuo no indicador sinaliza que a recuperação econômica da Alemanha está perdendo forças neste segundo semestre. O Commerzbank concorda e pontua que o resultado reflete os temores do setor privado em relação à quarta onda da covid-19 no país e o contínuo impacto de gargalos na cadeia de suprimentos.
Apesar disso, o vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE), Luis de Guindos, disse nesta quarta-feira durante evento que a instituição poderá mais uma vez revisar para cima suas projeções macroeconômicas para a zona do euro, diante de indicadores positivos do terceiro trimestre.
Já o economista-chefe do BCE, Philip Lane, disse à Reuters que a entidade está disposta a agir caso a política monetária do Federal Reserve (Fed) afete as condições financeiras na zona do euro. Investidores esperam que o presidente do Fed, Jerome Powell, dê mais detalhes sobre o processo de redução no programa de compras de ativos da instituição durante seu discurso em Jackson Hole.
O Danske Bank observa que, apesar dos índices europeus estarem mais nebulosos em relação aos de Wall Street - que têm renovado recordes - as performances setoriais têm sido parecidas entre os dois mercados.
Entre os principais avanços nesta sessão estiveram as ações de bancos, com Standard Chartered (+3,10%), HSBC Holdings (+2,15%), Société Générale (+2,44%) e Deutsche Bank (+1,36%). Analistas do S&P Global Market Intelligence observam que, apesar de rejeitados pela maior parte da última década, os ativos de bancos estão entre os que tiveram melhores desempenhos nas bolsas europeias em 2021, com a recuperação depois do choque da covid-19, maiores expectativas de lucros e o retorno de dividendos impulsionando o setor.
Em Londres, o FTSE 100 subiu 0,34%, a 7.150,12 pontos, e o CAC 40 teve alta de 0,18%, a 6.676,48, em Paris.
Na Bolsa de Milão, o FTSE MIB subiu 0,12%, a 26.060,27 pontos.
Em Madri, o IBEX 35 avançou 0,32%, a 8.977,40.
Em Lisboa, o PSI 20 caiu 0,21%, a 5.350,61 pontos.