Os ativos domésticos voltam a se enfraquecer na manhã desta quarta-feira (18/8) com as atenções divididas entre fatores internos e externos. O Índice Bovespa, que mais cedo sinalizava alta na abertura, opera em queda firme desde o início dos negócios, novamente abaixo do suporte dos 117 mil pontos.
A queda na bolsa é puxada principalmente por ações de empresas ligadas a commodities. Os papéis da Petrobras chegaram a subir nos primeiros minutos de negociação, apoiados na alta do petróleo nos futuros de Nova York e Londres. No entanto, sucumbiram ao mau humor dos mercados de commodities metálicas.
Os papéis de Vale e siderúrgicas estão entre as maiores quedas do dia, refletindo a queda do minério de ferro na China para o seu menor nível desde 3 de fevereiro. Além disso, a BHP fez um alerta de probabilidade crescente de cortes severos da produção de aço da China este ano.
Permanece no cenário a cautela com o quadro político, institucional e fiscal. Em relatório divulgado hoje, o Wells Fargo afirma que os riscos fiscais e políticos na busca de Jair Bolsonaro pela reeleição são preocupantes para o mercado financeiro do Brasil e devem pressionar novamente o câmbio em 2022, e possivelmente em 2023.
Segundo a instituição, a expansão do Bolsa Família e a deterioração das contas públicas, somadas às alegações de fraude eleitoral por parte do presidente, podem levar o dólar a R$ 5,40 no segundo trimestre e a R$ 5,60 no fim do ano que vem.
Às 10h35, o Ibovespa tinha 116.912,39 pontos, em queda de 0,84%. Vale ON perdia 2,13% e era uma das quedas mais importantes do Ibovespa. Já o setor financeiro, que mais cedo ensaiou uma alta, em contraposição às ações de commodities, também passou a mostrar fraqueza. Itaú Unibanco PN, por exemplo, recuava 0,03%.