O Índice Bovespa iniciou a sexta-feira ensaiando uma leve recuperação, depois de ter acumulado perda de 1,72% na semana, na contramão dos ganhos vistos nas bolsas americanas e europeias. Mas a cautela com o cenário político-econômico segue firme entre os investidores, o que dificulta o avanço mais sólido do índice, que já flerta com o terreno negativo.
A aversão ao risco no mercado de ações nesta semana se deveu à agenda política bastante movimentada, com apreciação - e rejeição - do voto impresso na Câmara, dois adiamentos da PEC do Imposto de Renda, apresentação da PEC dos precatórios e abertura de inquéritos contra o presidente Jair Bolsonaro, entre outros pontos. O excessivo ruído político, na visão de analistas, reduz o efeito positivo de dados econômicos e balanços corporativos positivos.
Para Julia Aquino, especialista em investimentos da Rico, o mercado teme que, diante das pressões vindas de diversos setores da economia, a reforma do IR acabe sendo expansionista demais e afete a percepção de sustentabilidade das contas públicas. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), sinalizou que a matéria será votada na próxima semana.
Às 10h51, o Ibovespa tinha baixa de 0,39%, aos 120.226,48 pontos. As ações de Embraer lideram as maiores altas do Ibovespa, com ganho superior a 5,62%, após a fabricante de aviões reverter prejuízo de um ano antes e obter lucro líquido ajustado de R$ 212,8 milhões no segundo trimestre, o primeiro resultado positivo trimestral desde o primeiro trimestre de 2018.