Comércio

Vendas do varejo caem 1,7% em junho ante maio, revela IBGE

Dados do IBGE apontam recuo na comparação com maio, quando houve aumento de 2,7%. Ainda assim, comércio varejista aumentou 6,3% frente ao mesmo período de 2020

As vendas no varejo caíram 1,7% em junho, na comparação com maio de 2021, quando houve aumento de 2,7% nas atividades. A Pesquisa Mensal do Comércio referente ao mês de junho foi divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta quarta-feira (11/8). O acumulado no ano ficou em 6,7%, aponta análise, e o acumulado em 12 meses foi de 5,9% em junho. Apesar do recuo no ajuste sazonal, os dados apontam que o comércio varejista aumentou 6,3%, ante junho de 2020. Na comparação por período, é a quarta vez que o setor mantém taxas positivas.

Segundo a pesquisa, entre os itens que mais cresceram em vendas nos últimos 12 meses estão vestuário e calçados (61,8%), artigos de uso pessoal e doméstico (22,6%), livros, jornais, revistas e papelaria (17,1%), artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (13,1%), combustíveis e lubrificantes (11,4%) e equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (3,3%). Já no ajuste sazonal, de maio para junho, quase todos os setores apresentaram queda, inclusive o de alimentos.

Os dados também demonstram que o comércio varejista ampliado, que inclui veículos, motos, partes e peças; e material de construção, apresentou redução de 2,3% no volume de vendas de junho, em relação a maio deste ano. Já na comparação com o mesmo período do ano passado, houve alta de 11,5%. No varejo ampliado, a taxa em 12 meses subiu 12,3%, o que representa um aumento de 7,9% nas vendas.

De acordo com nota divulgada pelo IBGE, essa é a primeira queda no volume de vendas no varejo, após dois meses de alta, e foi sentida por cinco das oito atividades. O setor que vinha mostrando recuperação da crise econômica enfrentada no ano passado, especialmente no início da pandemia da covid-19, voltou a se distanciar do recorde histórico de crescimento, obtido em outubro de 2020.

“Por conta das quedas pronunciadas de março a junho de 2020, o varejo apresentou ganho, sobretudo nas atividades mais afetadas, como de tecidos, vestuário e calçados e outros artigos de uso pessoal e doméstico, que voltaram a registrar taxas de dois dígitos no campo positivo. Com isso (queda registrada em junho), o patamar do varejo volta a se distanciar do seu recorde histórico”, diz o comunicado.

Crise no setor automotivo

Os dados do IBGE demonstram a crise atual enfrentada pela indústria automotiva, uma das que mais sentiram o tombo da crise na pandemia. A escassez de peças e componentes para a fabricação de veículos apontada pelo setor tem refletido diretamente na queda das vendas de veículos no país.

De acordo com a pesquisa do IBGE, em abril deste ano, o setor apresentou crescimento de 20,3% nas vendas, desacelerou para 1,2% em maio e, em junho, apresentou recuo de -0,2%. A tendência de recuo deve se manter nas próximas pesquisas, já que a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) divulgou dados sobre a produção industrial automotiva referente ao mês de julho, que demonstra queda de -2% na fabricação de automóveis, em comparação com junho.

Para se ter uma ideia do tamanho da queda sofrida pelo varejo automotivo no país, em abril do ano passado, quando a indústria ainda não tinha sentido os efeitos da pandemia tão duramente, a variação de vendas de veículos foi de 131,9%. Os números caíram em maio e em junho de 2020 para 72,4% e 33,1%, respectivamente. O setor de vendas de veículos terminou o ano de 2020 com com queda de 26,2% comparado ao ano anterior. O baixo volume representou o maior tombo do setor desde 2015, quando, em meio à recessão brasileira, chegou a 26,6%.

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