O estoque dos não-residentes na dívida pública federal (DPF), de acordo com dados do Tesouro Nacional, teve, entre junho e julho, um acréscimo de R$ 3,31 bilhões. Apesar dessa pequena alta no montante, a participação relativa desse grupo na DPF fechou o mês de julho com redução, passando de 9,7% para 9,67% do total (percentual que vem caindo desde maio último, quando a participação era de 9,9%).
De acordo com Luís Felipe Vital, coordenador-geral de Operações da Dívida Pública, esse encolhimento é resultado de dúvidas com o equilíbrio fiscal. “Os não-residentes aguardam os avanços na agenda fiscal”, afirmou.
Essa espera dos não-residentes representa, segundo agentes de mercado, que esse grupo se sente pouco seguro para trazer seu dinheiro para o nosso país nesse momento, até que o cenário político apresente indicações mais claras do destino que o governo e o Congresso darão às contas públicas e se serão obedecidas as leis de responsabilidade fiscal e do teto de gastos.
“O andamento da agenda de reformas é importante, assim como de outras reformas que também aumentem a produtividade no país. É esse conjunto que faz com que os não-residentes venham a ter um fluxo mais consistente (no futuro)”, avaliou Vital.
Julho, de acordo com o coordenador-geral de Operações da Dívida Pública do Tesouro Nacional, Luís Felipe Vital, foi um mês de muitas instabilidades no mercado, em consequência de incertezas sobre o desempenho da variante delta do coronavírus e também pelas expectativas de uma possível decisão do Federal Reserve (Fed, Banco Central americano) sobre aumento das taxas de juros nos Estados Unidos – o que acabou não acontecendo.
Em agosto, embora o mês tenha começado com “otimismo, embora moderado”, persistem as mesmas preocupações sobre a variante delta e com o fim do programa de venda de ativos do Fed, ao final de 2021, destacou Vital.
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