O governo federal quer distribuir 96% do lucro obtido pelo Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), o que significa a liberação de R$ 8,12 bilhões às contas dos cotistas. A proposta sobre a fatia que poderá ser incorporada às contas neste ano, informação adiantada por fontes ao Correio, será analisada pelo Conselho Curador do FGTS nesta terça-feira (17/8).
Pela lei, o FGTS possui rendimento fixo de 3% ao ano, mais Taxa Referencial que, atualmente, está praticamente zerada. A ideia é repor, pelo menos, a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2020, que foi de 4,52%. Caso a distribuição siga o proposto pela área econômica do governo, o ganho real será de 0,4%, podendo a rentabilidade total ser de 4,92%.
A fatia estudada é mais generosa do que a distribuída em 2019, quando o percentual foi de 66% do lucro, injetando R$ 7,5 bilhões nas contas do fundo, de um total de R$ 11,3 bilhões. Em 2020, o FGTS acumulou receitas de R$ 33,4 bilhões e despesas de R$ 25 bilhões, chegando a um lucro líquido de R$ 8,468 bilhões, o que representou uma queda nos resultados, na comparação com o ano anterior.
A estratégia do governo com os elevados percentuais e o incremento com ganho real é incentivar os cotistas a manterem os recursos nas contas. Se confirmada a proposta, a rentabilidade ficará acima da proporcionada pela poupança, que não bateu a inflação em 2020. Essa estratégia segue a linha de 2019, quando a rentabilidade das contas do FGTS ficou em 4,90%, superando a da poupança.
Regras para saque
Para que os trabalhadores tenham acesso aos valores, é necessário se enquadrar nas condições normais de saque, como demissão sem justa causa, aposentadoria, doenças graves, compra de casa própria ou saque-aniversário, modalidade criada pelo governo Bolsonaro que permite ao contribuinte sacar parte do dinheiro todos os anos.
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